15 de março de 2011

Explode por Cube

Sometimes
We’ve got to sing out of key

Hooverphonic


Os The Gift apareceram na minha vida da mesma maneira que provavelmente apareceram a milhares de outras pessoas: o vídeo do Ok! Do you want something simple? com o styling bizarro chic em bom da Sónia no aeroporto de Lisboa com uma mini orquestra. E a mini orquestra não terá sido incluída na performance só porque sim. Uma tomada de posição estava a ser documentada: sim, somos uma banda de electrónicas mas também temos um lado orgânico deveras clássico. E foi com esta dualidade que os The Gift nos foram habituando, disco após disco, a este círculo fechado, onde podíamos contar como certa a presença de partes orquestrais bem demarcadas.
Em 2011, essa dualidade foi dissipada: Explode é o disco entrópico que fazia falta no percurso da banda, pois como os Hooverphonic imortalizaram num refrão de um dos seus temas, às vezes temos que cantar fora de tom, pois isso não tem que ser necessariamente mau.
E há de facto um pulsar de energia nova neste trabalho, com o protagonismo da voz a ser partilhado na grande maioria dos temas e provas de que ainda se sabe como pegar numa melodia e transformá-la num produto que ao mesmo tempo é requintado mas simples (não será essa a verdadeira essência da boa música pop?).
No entanto, esta explosão de uma nova sonoridade comporta em si alguns momentos menos felizes (Primavera) e outros de digestão lenta (The Singles/Mermaid Song); este não é o disco mais consensual de um grupo que nos habituou a trabalhos revestidos de um conceito muito forte; compreende-se a ideia do conceito em torno neste disco mas a sua concretização está um pouco aquém de trabalhos anteriores.
Trust in the name Explode, é cantado no tema que afinal será o single de apresentação deste disco; pois é isso que tentarei fazer, mesmo que este não venha a tornar-se o meu álbum preferido dos The Gift.



7 comentários:

La Folie disse...

um dia havemos de ir a Viana ! E é verdade! :)
(gosto muito de te ler)

even_flow disse...

cube cube, já gostava das tuas fotografias! e dos teus dvd's, claro.
mas gostei muito de ir lendo o que dizias :)

Anônimo disse...

la folie, por acaso fui lá o ano passado visitar o meu padrinho e mal reconheci a cidade (adorei a biblioteca do siza, que mamarracho mais imponente).

even_flown, you flatter me in a good way :)


cube

ZeLuis disse...

Eu por acaso conheci-os melhor a partir do album AM-FM e só depois é que conheci os albums anteriores.

even_flow disse...

haha. mas flatter não é sempre in a good way? :p

jumpman disse...

Na "mouche" :)

Anônimo disse...

flatter pode ter uma conotação negativa :p


cube