8 de março de 2011

Always Better if You Wait for the Sunrise por Geminus

Silêncio. É noite.

Sou sombra recortada no escuro de uma sala.
Sentado num cadeirão antigo de pele gasta e frio. Fumo o fumo de um cigarro há muito aceso e bafejo nuvens que dançam na contraluz da luz cinza do ecrã da televisão a preto e branco. A emissão terminou faz tempo, mas continuo a olhar fixamente.
Do meu lado esquerdo, uma janela abre-se para o exterior de luzes já apagadas, deserto, e que me traz o cheiro de calor húmido. Choveu há pouco. É para lá que olho, agora que a televisão foi desligada.
Inspiro mais uma vez o fumo do cigarro, ainda a fixar a rua. Sinto-me leve e quente.
Há um frufru repentino a meus pés.
Reparo que jazes a meus pés, ainda no mesmo sítio. O teu corpo nu adormecido, apenas coberto pelo manto branco, suave em que te envolvi.
Apago o cigarro.
Enrolo-me sobre mim e continuo a fixar a tua imagem até que me deixo cair no sono.
Sei o que sonhas e sonho contigo.





Always Better if You Wait for the Sunrise por Mariana Oliveira






Always Better if You Wait for the Sunrise por Cube

I wanna hold you once again

Por esta altura já não deve ser novidade que os meus gostos pendem para temas em que o amor é escrutinado e alvo de embrulhos sonoros complexos; e o título deste tema adivinhava uma coisa ligeira. Felizmente, que tal não se comprovou.
Há dias comentava que era extremamente difícil acrescentar algo de substancial a uma coisa que já se raiava o limite da perfeição; por isso hoje, vou-me abster de comentar o que quer seja e convido todos os que ainda não escutaram este tema, que o escutem. E aqueles que já o fizeram, repitam-no vezes sem conta.

Esta música vai-me acompanhar, e muito, nos próximos meses (que me perdoem os vizinhos pelo loop constante).




Always Better if You Wait for the Sunrise por Marcos

“Always Better If You Wait For The Sunrise” é épica. 8 minutos explosivos, do princípio até ao fim.
Sinto-me um viajante, na proa de um barco, à descoberta do Mundo Novo. Sinto a brisa marítima a acariciar-me o rosto. Fecho os olhos, abro os braços e abraço o infinito. Abraço-te! Sinto o peito cheio de emoções. Emociono-me.
“Always Better If You Wait For The Sunrise” arrebatou-me, logo, na primeira audição. Tornei a ouvi-la, repetidas vezes, e as emoções revelaram-se em catadupa. Uma, outra, e outra explosão. Para tal, contribui, e muito, a voz de Sónia Tavares. Ouvimo-la, aqui, no seu explendor. Ouço-a como a conheço, tal como é. A voz!
Após “Suit Full Of Colours”, é neste tema que sinto, realmente, o extase de emoções de “Explode”. As emoções que me preenchem. As emoções que me fazem sentir. E é exactamente isso que me faz ser um giftiano: sentir!
Este é um dos melhores temas de “Explode” e, seguramente, um dos melhores da carreira dos The Gift. É por temas como este que me emociono tanto com os The Gift. Já o disse antes mas repito-o quantas vezes forem necessárias: Obrigado The Gift! Obrigado por me fazerem sentir!
“Stay with me tonight until the sunrise.” Sim, fica comigo.
O alinhamento de “Explode” fecha com chave de ouro. 5 estrelas para “Always Better If You Wait For The Sunrise”!
Resumindo e concluindo: estou completamente apaixonado por este tema. Não há mais nada a dizer. Isso basta.




Always Better if You Wait for the Sunrise por AndréGift

O primeiro aspecto que noto nesta música é que a letra é extensa - "Always better if you wait for the sunrise", mas o que está em causa é a melodia, não o título. Há muitas referências que me soam nesta canção: o ínicio cheira-me a Bjork, há um aspecto mais calmo que me faz lembrar Rodrigo Leão e, espantem-me, até Moonspell (nesta recente digressão acústica), numa parte de piano e guitarra...De uma maneira geral gosto da "Always better if you wait for the sunrise", da diferente força que a voz da Sónia toma ao longo de 8:23 minutos, ao início quase imperceptível, mas que vai crescendo até se afirmar como uma excelente cantora (dúvidas nunca existiram). Não sei bem porquê, mas associo esta música à "So free", desde o primeiro momento que tive contacto com ela...
Não é a melhor deste disco, mas no fim da minha selecção também não fica...
No último dia farei uma lista com as melhores e piores. Até amanhã meus caros.




Always Better if You Wait for the Sunrise por Crisanto

Comecei a ouvir Gift em 2001, foram-me apresentados por uma grande amiga minha que por sinal casa-se para o mês que vem. Nos nossos jantares de universitários de pouco dinheiro, onde a massa com atum era prato habitual, vinyl e film era a banda sonora que passava em loop. A coisa tornou-se tão viciante que passou quase a culto naquele meio de universitários depressivamente felizes. Lembro-me com muita saudade destes tempos.
A ida dos Gift à antiga fábrica de olaria em Aveiro era um verdadeiro acontecimento para nós. Lembro-me bem da caminhada nervosa para o anfiteatro, ficámos bem lá à frente e a sala estava cheia. Não me lembro de grandes pormenores do concerto mas lembro-me bem de dançar que nem um tolo. Naquela altura ainda o Nuno punha música depois dos espectáculos.






O universo de dos Gift foi invadindo o meu espaço, músicas, sons, pessoas….Percorri o caminho com eles e eles percorreram-no comigo. Cada um tem a sua história com eles, cada um devia escrever a sua história em algum sítio para não esquecer como foi.
O tempo é outro, nós somos outros. Somos aquilo que aprendemos durante estes anos. Esta musica é bem o exemplo que não vale a pena olhar para traz. É das coisas mais bonitas que ouvi até hoje…..
Reparem que falo pouco no meu texto da musica propriamente dita. Tenho dificuldade em pôr por palavras a beleza e a genialidade que é “Always Better if you wait for the Sunrise ”.
O maior elogio que posso dar é este:
-Das 2 primeiras pessoas que falei depois de a terem ouvido, a primeira chorou e até agora não conseguiu ouvi-la novamente, a segunda nem conseguiu chegar a meio, colocou no stop.

Eu, confesso, esta tirou-me tudo aquilo que eu tinha.

Always Better if You Wait for the Sunrise por Even_Flow

The same old song

É estranho como é difícil explicar o que não está, o que nos faz falta, de tão sensorial e abstracto que é e de repente, esse algo aparece, tão óbvio, tão claro, tão evidente. Ainda assim tão complicado de espremer em palavras…
Se alguém me pedisse para explicar, afinal, o que é que me faltava neste novo álbum dos Gift, a minha melhor ilustração seria esta música e um “ouves?”.

Segundos antes de carregar no play estava a pensar comigo mesmo que, não obstante haver músicas que me tinham agradado, feito viajar, relaxado e transportado para todo um mundo de experiências sensórias deliciosas, ainda não tinha havido nenhuma música que me tivesse tocado profundamente.
E eis que, qual Alice, a porta que se me abre é, finalmente, aquela que eu mais queria. O meu próprio corpo manifestou-se imediatamente, como que despertado. Foi a primeira vez em todo o álbum que parei o que estava a fazer e me limitei a ouvir a música, a deixar-me invadir, a reencontrar um amor antigo e guardado numa das mil folhas do meu íntimo. A voz da Sónia, em todo o seu expoente, sempre foi para mim hipnotizante, uma espécie de magia sob a qual eu sucumbia, como um íman enfeitiçado. Finalmente senti-a, finalmente cresceu, finalmente explodiu.
Durante toda esta viagem perdi a conta ao número de vezes que ouvi cada uma das músicas, quase até à saturação, até encontrar alguma identificação verdadeira, até se desenhar em mim uma imagem mais detalhada do que o simples conforto da melodia. Esta, ao invés, não a desejo ouvir novamente em breve. Há toda uma digestão interior necessária, uma apropriação.

Não deixa de ser curioso que seja simultaneamente a música mais desesperante e sofrida de todas, a mais repleta de emocionalidade e de dramatização. Curioso, mas não surpreendente. Se eu pensar nos três anteriores álbuns dos Gift, não tenho qualquer dúvida na hora de escolher as três músicas que mais me marcaram: dream with someone else’s dream, front of, cube.
É o momento de me questionar sobre o meu «masoquismo» latente. Será que me identifico mais com o lado lunar, como diria o Rui Veloso? Porquê é que num álbum repleto de cores suaves eu só me sinto completa quando me preenchem as mais pesadas? Talvez seja apenas a necessidade do ying e yang. Ou talvez sejam saudades.

E, paradoxalmente, nem sempre a saudade é triste.




Always Better if You Wait for the Sunrise por Jumpman

Quando comecei a ouvir a música, o seu início prendeu-me logo. Uma sonoridade mais "dark", agrada-me. Música ideal para dias cinzentos de instrospecção. Mas ali a partir dos 3 minutos a música perde-me um pouco. O tom mais negro transfigurou-se e isso deixou-me um pouco de pé atrás. Estava a gostar de para onde a música caminhava e me levava e depois parece que houve ali uma completa inversão de marcha.

O que me veio à cabeça sempre que ouvía o refrão, era a imagem de uma banda qualquer gótica ou heavy metal que decidiu criar uma balada e então surgiu isto, uma sonoridade a parecer épica, com a combinação do piano, da bateria, da guitarra e com uma vocalista com um vestido negro comprido que tem uma performance onde tenta passar a ideia de urgência e "desespero", típica de refrões do género. Atenção, não tenho nada contra esse tipo de sonoridade ou ideia, mas não me agarrou nesta música, não houve o "click". Por mim, a música dividia-se em duas distintas, a parte mais negra e a outra mais "normal".

Não consigo ainda decidir se gosto ou não. Uma parte agarrou-me, outra nem por isso. Vou dar-lhe outra hipótese. Estou com vontade de fazer isso. Não sei porquê.





Always Better if You Wait for the Sunrise por Keep Breathing

Este era um álbum cheio de cores… Que ia romper com o passado… E ser menos épico… E mais umas coisas... E, de repente, parece que não é bem assim. E ainda bem.
Um álbum com esta “Always Better if You Wait for the Sunrise” nunca seria um álbum colorido. E ainda bem. Um álbum com esta música não corta com o passado, pelo contrário, é completamente The Gift. E ainda bem.

Esta música não explode. E ainda bem. Esta música não nos enche de alegria. E ainda bem. Esta música não emana luz. E ainda bem. Esta música não nos faz acreditar no amor, nem na felicidade. E ainda bem. Esta música enche-nos a alma, porque já todos vimos amores partirem, porque já todos fomos as pessoas mais infelizes do mundo, porque já todos nos afundámos na tristeza mais profunda. E ainda bem. Esta música está viva, porque nós estamos vivos.

E este álbum pode viver só por esta música. E ainda bem. Finalmente.



Always Better if You Wait for the Sunrise por LaFolie

A cor do silêncio



“Os factos são sonoros. O que importa são os silêncios por trás deles.”
Clarice Lispector


Hoje só vos vou falar do silêncio. O silêncio que vivi após ter ouvido esta música.
Hoje começo pelo fim.

Ouvi a “Always Better if You Wait for the Sunrise”. Fiz pausa em mim durante pelo menos 10 minutos, fiquei calada, deixei esse silêncio invadir-me. Está tudo no meu silêncio. É nos silêncios que tudo se diz. Esta música fez sair tudo aquilo que eu tenho de triste, de sombrio em mim. Como cada um de vocês, tenho os meus segredos, os meus sofrimentos interiores, a minha cruz. Esses fantasmas que teimam em sair de vez em quando, esses medos que nos perseguem a vida toda, essa dor que não nos larga, essas lutas interiores que temos diariamente com nós próprios. Todos temos essa parte negra em nós, o mais difícil é viver com ela. A única salvação é tentar domina-la, é neste processo que nos construímos e tornamo-nos mais fortes. O ser humano será sempre complexo e incompreensível. Respeito tanto a minha parte negra como a dos outros, escondendo-se ela nos nossos silêncios.
É não ter medo dela.

Tudo isto, tudo o que não consigo dizer saiu com esta música. Estava tudo no meu silêncio. Estava mesmo. Libertei tudo. É no silêncio que está tudo aquilo que importa.

Nota: Se quiserem saber exactamente o que senti sobre a “Always Better if You Wait for the Sunrise” basta ouvir este meu silêncio. Tentem, está tudo lá.



Always Better if You Wait for the Sunrise por SoFree

Ainda estou nos últimos minutos da música, mas já o disse. É a música mais "Film" do "Explode". Apesar da introdução me fazer lembrar da "Concret", o mood desta música é o Film. Uma voz imponente. Um tom de superioridade, mas também de humildade. Uma voz sentida, sentida como não se sentia desde...

The Gift.

Ai, como vou odiar ouvir esta música ao vivo.... quando começar toda a gente a bater palminhas a meio da música porque não conhecem e pensam que já acabou. Odeio isso. E adoro esta música, por isso vou odiar ainda mais que o façam. Fica já aqui o meu rant para os concertos, porque é o que mais quero ouvir. Posso ter um mini-concerto só para mim, só para esta música?

Como este Explode acabou por ser uma caixinha de surpresas. Faltam apenas duas peças para completar o puzzle. Sempre olhei para aquele "2" com imensa curiosidade, e cada vez mais. Agora também o "10" me deixa curioso. Já estava eu convencido que tinha o top 3 deste álbum escolhido. How silly of me. É engraçado que, agora que já me habituei à "Suit Full of Colours", surge esta "Always Better if You Wait for the Sunrise" para me lembrar da diferença entre os The Gift que eu gosto e os The Gift que adoro.

Só quero falar desta música... É isto que quero ouvir esta noite, de olhos fechados, antes de adormecer. Adoro que a música seja feita à base de silêncios. E da poderosíssima voz da Sónia. Quero abraçar como esta música me abraça. E como o tempo passa depressa quando a ouço...
Como eu quero partilhar esta música com toda a gente e, ao mesmo tempo, esconder num lugar que só eu conheça.

E, bolas. Cheira-me que hoje todos gostaram da música. Logo hoje, que a quero só para mim...