15 de março de 2011

Explode por Jumpman

Antes de falar sobre o álbum, queria só deixar umas palavras sobre a excelente iniciativa que a nossa la folie teve. Os 11 dias em que cada um de nós partilhou a sua opinião ao ouvir cada música foi uma grande experiência. Parabéns a todos os que participaram e parabéns à la folie pela ideia.

Agora o álbum.

Já ouvi várias vezes o álbum. Fui ouvindo enquanto ía descobrindo cada música nova e depois acabei por ouvir o disco na totalidade para o sentir como um todo mais coerente e mais alinhado.

A minha opinião não mudou muito. O disco ainda não me entrou na totalidade. Já o disse vezes sem conta que sou um "filho" dos antigos The Gift, daqueles que fizeram uma Weekend, uma Front Of, uma Cube e todas as outras músicas de cada um dos álbuns que são parte integrante da minha vida. Não pus a fasquia alta para este disco, na verdade não coloquei fasquia nenhuma. Tinha uma ideia geral sobre para onde caminhariam estes novos The Gift, as suas novas sonoridades e a sua evolução.

Confesso que o caminho que a banda tomou ainda não me convenceu. Existem salpicos de boas coisas no álbum e depois existem uns momentos que são maus de mais para serem verdade onde não existem andorinhas. Para mim o álbum é de altos e baixos e não sei se consegue acabar numa nota alta. Acho que vai ser um bom álbum de verão, para se ouvir naqueles bons dias de sol enquanto acreditamos que cada momento é perfeito. Se calhar, vai ser um bom disco para tocar em festivais, onde a boa disposição e o ambiente reluzente do álbum parece-me resultar bem.

É o melhor disco de sempre da banda? Para mim não é, nem por sombras. Nem consigo colocá-lo no meu top 3. Continua um pouco longe de me impressionar

Tenho curiosidade de ouvir o álbum ao vivo, ter sensações diferentes ao ouvir as músicas e redescobri-las uma a uma.

Se calhar a minha opinião menos positiva se altere.


Explode por Cube

Sometimes
We’ve got to sing out of key

Hooverphonic


Os The Gift apareceram na minha vida da mesma maneira que provavelmente apareceram a milhares de outras pessoas: o vídeo do Ok! Do you want something simple? com o styling bizarro chic em bom da Sónia no aeroporto de Lisboa com uma mini orquestra. E a mini orquestra não terá sido incluída na performance só porque sim. Uma tomada de posição estava a ser documentada: sim, somos uma banda de electrónicas mas também temos um lado orgânico deveras clássico. E foi com esta dualidade que os The Gift nos foram habituando, disco após disco, a este círculo fechado, onde podíamos contar como certa a presença de partes orquestrais bem demarcadas.
Em 2011, essa dualidade foi dissipada: Explode é o disco entrópico que fazia falta no percurso da banda, pois como os Hooverphonic imortalizaram num refrão de um dos seus temas, às vezes temos que cantar fora de tom, pois isso não tem que ser necessariamente mau.
E há de facto um pulsar de energia nova neste trabalho, com o protagonismo da voz a ser partilhado na grande maioria dos temas e provas de que ainda se sabe como pegar numa melodia e transformá-la num produto que ao mesmo tempo é requintado mas simples (não será essa a verdadeira essência da boa música pop?).
No entanto, esta explosão de uma nova sonoridade comporta em si alguns momentos menos felizes (Primavera) e outros de digestão lenta (The Singles/Mermaid Song); este não é o disco mais consensual de um grupo que nos habituou a trabalhos revestidos de um conceito muito forte; compreende-se a ideia do conceito em torno neste disco mas a sua concretização está um pouco aquém de trabalhos anteriores.
Trust in the name Explode, é cantado no tema que afinal será o single de apresentação deste disco; pois é isso que tentarei fazer, mesmo que este não venha a tornar-se o meu álbum preferido dos The Gift.



Explode por LaFolie

Quem sou eu para…..
Antes de mais, queria dizer que é bastante injusto estar aqui avaliar o enorme trabalho que está por detrás de Explode, todo esse esforço transparece ao nível musical, de produção e de marketing. Esforço sim, mas talento também. Acima de tudo respeito os Gift por isso.

Uma banda alternativa?
Depende do que chamamos de alternativo, isto é , estava a espera de um álbum mais ousado, o que não acontece. Acho até que Explode é o álbum mais consensual dos The Gift, o mais directo , o que não quer dizer que seja mau.

A ideia de “banda”.
Era um leme para este álbum. Os the Gift são uma banda, e neste álbum assumiram-se como tal. Acho que o objectivo foi atingindo, aqui. A unidade da banda é conseguida. A bateria e as guitarras estão muito mais presentes, presença essa que denota uma grande evolução no som dos The Gift.
Ganharam no conceito de banda, mas perderam a sua principal característica, a voz da Sónia que é para mim a identidade musical da banda. Aqui a voz desapareceu quase por completo, antes era a voz que levava a musica, agora ela é “apenas” mais um instrumento musical. A voz da Sónia está perdida no meio de milhares de coros. Compreendo a evolução, mas confesso que não me agrada.

A cor do Explode
Sem duvida, que os The Gift são mais alegres no Explode. Há aqui uma linha positiva com a RGB , My Sun, Let it Be By me, Made For You. O problema é que sempre gostei mais do lado nostálgico dos The Gift, que aqui está muito menos presente.

As músicas do Explode
Agora que tenho o álbum inteiro, ouvi-o novamente vezes sem conta. É muito engraçado como algumas musicas que me tinham passado ao lado soam-me melhor agora. Um exemplo disso é a RGB (habituei-me a entrada da Sónia, que no inicio pareceu-me muito abrupta).
Tirando a RGB, a minha opinião não mudou muito sobre a primeira vez que as ouvi.
As minhas preferidas : The Singles, depois a Mermaid, Aquática, Let it Be By me e a Always Better if you wait for the Sunrise.
Aquela que ainda não consigo ouvir : Suit Full of Colors.
Gosto do resto, mas também não me transcende.

Conclusão
Houve uma altura onde pensei sinceramente que Explode iria ultrapassar o Film . No final, e infelizmente não o fez. É um bom álbum, melhor do que o AM – FM para mim , e acho que ao vivo vai ganhar outra dimensão.

Nota : Para mim este álbum estará para sempre ligado a este blog. Adorei esta aventura, e quero agradecer a cada um de vocês a participação. Obrigada AndréGift, Crisanto, Cube, Even_Flow, Geminus, Jumpman, Keep Breathing, Marcos, Mariana Oliveira, So Free.

Sem saber por onde iríamos, fomos lá parar.



Explode por Even_Flow

Quando aceitei atirar-me nesta viagem não sabia bem naquilo que me estava a meter.
Hoje, onze músicas depois, tenho que admitir que provavelmente não me apanham noutra tão cedo. Calma, calma, eu explico.
Sinceramente, acho que este exercício me acabou por tirar o prazer de descobrir um álbum, aos bocadinhos, sem pressas, sem tempos, sem conclusões. A música tem um papel de relevo na minha vida, mas é sempre uma experiência muito íntima, muito pessoal e, acima de tudo, muito emotiva.
Não que seja falso o que eu escrevi, não que não tenham sido essas as imagens que me atravessaram, mas não me soube bem andar a ouvir uma música à procura de alguma coisa. Gosto do prazer e da liberdade de inundar os meus sentidos com notas, acordes e tudo mais, sem esperar nada. Pelo gozo absoluto de ouvir.
Confesso, também, que a parte que me deu mais prazer foi o ler o que algumas das outras pessoas encontravam, e essa sim, é a parte da experiência que guardo com carinho.

Falando do álbum em si, e sendo exaustivamente sincera (novamente!), não me disse muito. O que eu mais gostava nos Gift, e que fui discutindo ao longo de toda a «viagem», já não está lá ou se está eu não consigo vê-lo. Mais uma vez, repito, não acho que o álbum seja propriamente mau per se, tirando um ou outro momento menos feliz, como a Primavera. No entanto houve uma única música apenas que me fez fechar os olhos e viajar, mesmo sem querer, dentro de mim, sem eu procurar, sem desejar. A Always Better If You Wait for the Sunrise foi, sem margem para dúvidas A minha música e aquela que eu sei que ouvir com o coração.
Há quem goste de listas e de pontuações, mas para mim pontuar música faz tanto sentido como pontuar amigos (que é como quem diz, nenhum).
Tive as experiências musicais mais interessantes com a Mermaid Song, a Aquatica e a My Sun. A RGB deu-me para bater o pezinho. A Let it Be By Me, a The Race is Long e a Made for you não me disseram muito, mas também não me incomodaram. E por outro lado, a Suit Full of Colors ainda nem a consegui ouvir até ao fim. Já a The Singles, graças a toda a sua complexidade é difícil de arrumar numa gaveta, mas eu diria que apenas gostei de 25% dos minutos.

Quem sabe daqui a uns tempos eu não volto a ouvir este Explode e tudo me faz sentido. Quem sabe se ao vivo não resulta tudo numa festa e imensa comunhão.
Para já, parece-me uma óptima companhia para me acompanhar enquanto conduzo até uma praia qualquer mas não um álbum «da minha vida», como o foram os três anteriores.
A todos vocês que comigo partilharam estas onzes experiências um obrigada e um i’ll see you around.
Keep rocking in the free world!


Explode por Keep Breathing

O álbum… Depois de criticar uma música por dia, criticar o álbum no seu conjunto é mais difícil do que pensei… Porque o álbum faz mais sentido (faz-me mais sentido) do que cada uma das suas músicas por si. O que quer dizer que algumas das críticas que fui fazendo, diariamente, uma música de cada vez, me parecem um pouco injustas agora que ouço o álbum de fio a pavio.
Critiquei o facto de a sonoridade ter mudado. Não mudou assim tanto. No fundo, continuamos a ter uns The Gift AM e uns The Gift FM. Como sempre. Mas agora concentrados no mesmo álbum, com músicas quase entrecaladas, é verdade. Neste momento, já sabemos que não ficaram tão coloridos, nem tão felizes, nem tão eléctricos, como nos foi apresentado. E isso é uma óptima notícia!

Critiquei o facto de a voz da Sónia aparecer demasiadas vezes demasiado abafada. Mantenho a crítica. Mas o resultado final não foi tão grave como as primeiras músicas me levaram a pensar. A melhor vocalista deste país continuou a ter espaço para nos arrepiar. E isso é uma óptima notícia!

Critiquei o início de várias músicas. Mantenho a crítica. Mas depois de ouvidas tantas vezes, esses princípios perderam força relativamente ao todo. Nas primeiras audições, foram demasiado importantes para formular a minha opinião. Agora não sinto as coisas da mesma maneira. E isso é uma óptima notícia!

Dei a entender que a “Let It Be By Me” e a “Race Is Long” eram as músicas de que menos gostava neste álbum. Mantenho a opinião. Para mim, são as menos conseguidas. Mas eu sou uma apreciadora confessa do lado AM – e do FM mais imaginativo...

Dei a entender que a “Suit Full of Colours” e a “Always Better If You Wait for the Sunshine” eram as minhas músicas preferidas. Mantenho a opinião. Adoro-as. Desde o primeiro segundo. Lá está o meu coração AM a pulsar… E irá pulsar sempre.

Dei a entender estar pouco convencida pela “RGB”, pela “My Sun” ou pela “The Singles”. Já me convenci. Mas convenci-me ao ouvi-las no álbum. E, com isto, entro na maior crítica que quero fazer hoje (e já sei que toda a gente me vai cair em cima): detestei a forma como o álbum foi revelado! Uma música por dia?! Para mim, não resultou. Ouvir uma música cantada pelo Nuno antes e ouvir uma em que a voz da Sónia explodisse verdadeiramente, ouvir a uma “Let It Be By Me” antes de ter ouvido uma “Suit Full of Colours”, ouvir uma “Race is Long” depois de uma “Always Better…”… Para mim, foi um erro! Eu ficava desiludida e não podia, no momento seguinte, ouvir outras músicas que contrabalançassem essa desilusão… Não gostei. Contra todas as opiniões, não gostei.

Afirmei que tinha sentimentos contraditórios em relação a este álbum. Ora, esses sentimentos contraditórios foram desaparecendo devagarinho… Hoje ainda não estou apaixonada, mas já poderia passar a noite com este “Explode”.

E também afirmei que ainda não sabia se estava perante um álbum muito bom, ou perante um álbum para a minha vida… No próximo mês, emigro. O primeiro som que vai sair do meu i-pod, depois de aterrar, vai ser o deste álbum. Para me dar coragem e ajudar a crescer, para, simultaneamente, me proteger e fazer sentir em casa. Porque, apesar do “Explode” não ser o meu álbum preferido, é, ainda assim, um álbum dos The Gift e, por isso, eu quero-o perto de mim, conto com ele. Sempre. Principalmente nos momentos mais importantes.


Explode por SoFree

Tudo começou às escuras.

Primeiro, concertos que são anunciados sem se saber se terão músicas novas do suposto "próximo álbum" dos The Gift. Depois, muito depois, o anúncio que o álbum sai dentro de uma semana, podendo-se comprar pelo preço que apetecer, se apetecer pagar. Bilhetes e álbum comprados completamente às cegas, sem fazer a menor ideia do que de lá poderia sair. Não fui a única pessoa a fazê-lo. Mas conto pelos dedos o número de bandas que me convenceriam a investir desta forma.

Surgiu, então, a ideia deste blogue. Obviamente, quis fazer parte desta excelente iniciativa da LaFolie. Acompanhar, diariamente, o lançamento das músicas do álbum e partilhar as primeiras impressões de cada uma com quem as quisesse ler. Não dá para falar de primeiras impressões do álbum. O método de distribuição, uma canção por dia, fez dele um puzzle que levamos (quase?) até ao final para desvendar. E fez com que apreciasse cada música por si, antes de a colocar no contexto das restantes. Quantas vezes se ouve um álbum novo, do princípio ao fim, para definir imediatamente a sentença "gosto" ou "não gosto"?

Na FNAC anunciam o "Explode" como um álbum alternativo. E é verdade. Depois do AM-FM e, principalmente, depois do "hit" que foi a música Fácil de Entender, o Explode leva-nos por novos caminhos que, à partida, seriam menos comerciais. Mermaid Song e The Singles são exemplos perfeitos de que a banda está sempre disposta a experimentar com os sons, tanto hoje como na era do Vinyl. Em muitas músicas, ecoa a alma dos diferentes álbuns, mas nada soa a "sequela espiritual" e muito menos a repetição.

Este é um disco positivo. Enérgico e optimista, lançado numa altura em que a moda é a lamúria e a constatação passiva de que as coisas estão mal. "You are the one to keep the dreams about the world, don't need to sell your soul…" Músicas como Made for You, RGB e Race is Long transpiram confiança e uma energia contagiante ,como também podemos encontrar em My Sun – um tema extremamente positivo sobre a paternidade. A sonoridade retro está presente em temas como Let It Be by Me e Primavera, enquanto que uma vertente mais comercial pode ser encontrada na balada pop Suit Full of Colours. Há ainda Aquatica, um tema aconchegante para ouvir a dois.

Mas nem tudo é alegria neste álbum. Always Better if You Wait for the Sunrise é um tema sombrio, mas majestoso. Uma verdadeira explosão de emoção, como muitas músicas deste álbum, mas contrasta na temática…
Embora a menos representativa, é provavelmente a melhor composição que existe a apreciar em Explode.

As guitarras e os teclados marcam a nova sonoridade dos The Gift, mas não tanto como a ocultação da voz de Sónia Tavares com o uso de registos mais discretos e a concorrência de vozes nos refrões. Se tivesse de escolher algumas músicas obrigatórias para se conhecer estes "novos Gift", recomendaria a escuta de Race is Long, RGB e My Sun – sendo a primeira uma música a que não consigo resistir a ouvir pelo menos duas vezes seguidas. Mas aquela que melhor representa este álbum é mesmo The Singles, com todas as suas mutações ao longo dos diversos andamentos. É até das que melhor representam a banda como um todo.

A viagem por Explode neste blogue foi uma experiência única. Uma oportunidade que só com esta banda seria possível, com este diversificado grupo de fãs. Adorei o contraste de opiniões, tanto como as coincidências.

Vemo-nos todos no Tivoli!

10 de março de 2011

Made For You pr Even_Flow

Made for you

Devo confessar que, numa de experiência, vi primeiro o vídeo.
Achei-o visualmente bonito, mas não achei que a música estivesse minimamente sincronizada com os actores, tirando, talvez, na parte final. Havia um desfasamento que para mim era claro. Coincidência, ou não, horas antes tinha estado a rever o Once, que para quem não conhece, é uma espécie de musical, na medida em que a música é uma fatia grande da história contada. Ao inverso do que se passa neste vídeo, os protagonistas são músicos profissionais e não actores, que foram convidados para desenrolar a história. Há um pequeno excerto muito semelhante a este e daí a minha comparação. No entanto a envolvência é completamente diferente e também a é a sintonia, a sinceridade, etc. Não desvalorizando a capacidade de marketing associada, o vídeo em si, não me convenceu.
A música, muito na linha da My Sun, é um quadro colorido de esperança e de energias positivas. Agradável, como uma bebida gelada enfeitada com chapéu-de-chuva pintalgado num dia particularmente quente de verão, mas não memorável.
Como tantas promessas de amores ou romances que acabam por se desfazer em castelos de ilusões….not made for me.








Made For You por Mariana Oliveira






Made For You por Geminus

No centro de uma sala totalmente a branco, fixo nu o que me rodeia. Sou pequeno soldado confiante que fita o seu gigante inimigo.

Sem quebrar, dobro ligeiramente os joelhos em posição de ataque. Mergulho as mãos nas cores e sinto a sua textura escorrer-me entre os dedos. E a forma como palpitam de energia, prontas a explodir-me nas mãos.
Passo os dedos coloridos com força na face e sorrio. Agora sim.

Aguardo a contagem.

Zero.

Giro, desvio-me e golpeio e atiro com toda a força o verde contra a branco pálido da parede, na esperança de que sido um bom começo. Depois, vou brincando com o azul e o amarelo, pintalgando esquizofrenicamente o que há por preencher. Corro contra as paredes e sujo o meu corpo de cores. Giro novamente e brinco às escapadelas. Rebolo, rodo e rebolo sobre mim até que me deixo lânguido a arfar no chão a fixar o tecto de vidro que me mostra o azul do céu vivo brilhante.

Gargalhadas roubam a minha respiração e fazem levantar-me outra vez e saltar para dentro do vermelho. Corro, corro pela sala. Fui ferido na batalha e arrasto agora o sangue fugitivo. Não me escondo.

Refrigerante com gás que pica na garganta.

Desenho com as mãos uma porta vermelha num dos espaços ainda brancos e ponho-lhe uma maçaneta com um beijo. Dou três passos atrás e aguardo resposta. De rompante, saltas explodindo para o interior da sala.

O teu corpo limpo. De mãos na cintura, sorriso ingénuo e face confiante. O teu cabelo por pentear.

Com força, abraças-me e quase tombamos no chão às cores.

Juntas-te a mim na batalha, correndo e girando e pulando em ziguezagues frenéticos de braços abertos e mãos espalmadas. Depressa acabamos por vencer.

Arfamos cumplicemente.

“- Feito! Contigo…”

Sobrou só amarelo e verde. Depressa desenhamos um Sol no tecto de vidro, a completar o céu, sob o qual nos deitamos de braços e pernas e braços abertos.

De mãos dadas.


Made For You por SoFree

O último chocolate da caixa.

O último a desembrulhar, no meio de tantas pratinhas coloridas onde encontrei diferentes sabores. Encontrei uns suaves, outros mais intensos. Um enjoou-me um bocado, mas passou.me a dor de barriga assim que provei aquele mesmo amargo que estava no fim da caixa. Adoro saborear lentamente o chocolate amargo. Alguns tinham travos a especiarias. Um tinha a forma de cavalo marinho. Um deles – o maior – tinha várias camadas de sabores! Esta caixa, realmente, não era daquelas em que todos sabem o mesmo. Falta-me provar apenas um. Qual o seu sabor? Estou impaciente e, ao mesmo tempo, não queria que acabasse já…

Quando chega o e-mail dos The Gift, apercebo-me que o embrulho é maior. "Conseguimos guardar um segredo durante duas semanas?" Hum? Que quer isto dizer? Nem abri o mail, fui logo fazer o download.

O que ouvi foi uma música com um começo estranho – a voz arranha, contrasta com a melodia suave de fundo. Até que entram os "sopros" e a voz da Sónia. Até ao fim é sempre a crescer... gosto do positivismo, adoro o refrão. Confiança. Confiar até no nome "Explode". A música que deixam para o fim, mas que poderia bem abrir o álbum...

Penso em ir finalmente ler o que dizia o mail... e fico de boca aberta!!! A música está há duas semanas no Youtube e ninguém descobriu?!! Uma campanha genial, noticiada por sites de música e cinema americanos... Mesmo que tivesse dado com o vídeo entretanto – obviamente não tenho visto nada, de tão entretido que ando com este explode – pergunto-me se teria descoberto. Afinal, com anúncios oficiais e notícias internacionais, qual seria a probabilidade de estar certo e todos os outros errados?

Mas não, não soube de nada. Achei uma surpresa genial. Ainda estou surpreendido. Surpreendem-se todos a quem conto e mostro o vídeo. (Mas espera lá, o "single" não era a RGB?) E que vídeo tão bom... o conceito por trás é brilhante, mas a execução não lhe fica atrás. Quase me faz acreditar que o Nuno e a Sónia lhes emprestaram a voz. Adoro os planos apertados, fazem com que tudo pareça mais pessoal.

E que música mais positiva. Não foi o meu chocolate preferido, mas sem dúvida que foi o que mais me surpreendeu!



Made For You por Jumpman

Bem, última música.

Acredito que muitos de nós associemos à música de hoje o golpe de teatro que fomos alvo com a revelação do vídeo "undercover" que já andava aí. Não vou pronunciar-me muito sobre isso hoje, vou deixar essa questão para mais tarde. Hoje falo da música.

Este será o primeiro single do álbum, ao contrário da RGB que se acreditava ser o avanço do novo álbum. Como cartão de visita para este álbum, acho que cumpre bem a transição entre este novo álbum e os anteriores. Esta música na minha opinião, é mais apropriada para primeiro single que a RGB. Mas também agora estou numa posição ingrata, já ouvi o álbum todo! Mas se tivesse que escolher uma música para primeiro single, escolheria esta. Mesmo sem todo o hype que está gerado à volta dela, continuaria a escolher.

Sabendo já o caminho que a banda escolheu para este álbum e quem sabe para o seu futuro, esta música adequa-se.
Tem tudo para captar a atenção das pessoas. Eu gostei de a ouvir e de a descobrir.

Última música.. Esta custou. Não há mais downloads de novas músicas, de descobrir novas sonoridades. De me empolgar e de me desiludir.

Vou sentir falta da montanha russa.




Made For You por Crisanto

Não sou uma pessoa pessimista por natureza.

Sou de sorrisos, gosto do Sol e de momentos partilhados sempre com alguém que goste de viver . Gosto de um bom vinho, gosto de momentos à volta de uma mesa com amigos e boa comida. Gosto de paisagens, gosto de ouvir o vento. Adoro os salpicos de água salgada quando se anda de barco. Gosto de pessoas boas. Gosto do silêncio quando estou abraçado ao amor da minha vida. Gosto de fazer sorrir e gosto de um belo queijo seco com pão alentejano. Vivo para sorrir, vivo de sorrisos.
Gosto de beijos de paixão, mas amo os beijos de amor. Gosto de ti, gosto de vocês e gosto deles também. Gosto disto e gosto daquilo, apenas porque gosto de gostar das coisas.

Gosto da música, gosto de ouvi-la quando rodopio contigo abraçada a mim.

Obrigado a todos . Gostei desta viagem, e gostei de tê-la vivido com vocês.




Made For You por LaFolie

Será que uma grande ideia de marketing faz uma grande musica ?

A viagem acaba aqui. A viagem acaba com uma bela surpresa.
E eu que não percebia o porquê dos The Gift não terem enviado a “Always Better if You Wait for the Sunrise” em último, para acabar em grande. Só podia estar uma surpresa maior por trás disso.
Achei a ideia dos actores e da mentira fantástica, apesar de achar que o hype podia ter sido mais longo. A ideia precisava prolongar-se mais um pouco no tempo, dar a volta nas redes sociais, blogs e jornais, a fim de criar um verdadeiro buzz na net.
Esta música está na mesma linha da RGB e da My Sun, as musicas que aprecio menos no álbum. Por isso, “Made For You” marcou-me da mesma forma que as outras duas me tinham marcado. São boas músicas, ouve-se bem, até em repeat, mas não é a sonoridade que prefiro neste álbum.
Para mim o problema aqui (e se calhar não é um problema) é que a ideia deste lançamento ficou muito melhor do que a musica em si.
Por isso a resposta ao título deste post, que era óbvia, é Não.
Acho que não nos vamos lembrar tanto da música, mas mais da forma genial como foi lançada.

A viagem acaba aqui.

Nota : Como é que não encontrei este vídeo no Youtube? Estou a ficar velha. Ah se estou, amigos.



Made For You por AndréGift

How the End... always end.

Mais uma vez os The Gift supreenderam tudo e todos com esta última canção. Imaginei tudo, mas nunca me passaria pela cabeça tamanha coisa. É por isto, e muito mais, que gosto tanto desta banda. É recorrente a originalidade, nunca sabemos o dia de amanhã, se o caminho que vão correr é o mesmo... Foram apresentadas todas as músicas do "Explode" e há géneros para todos os gostos e feitios, referências dos Gift do Vinyl, Film até ao AM-FM...

A banda cresceu, está mais madura musicalmente e isso é notável neste disco. Na última música a ser apresentada - "Made for You" percebemos o salto qualitativo que a banda deu nestes anos. A mistura de sons, as várias referências que a banda tem de outros músicos, tudo neste cd explode alegria, emoção, arrepios...Sou da opinião que neste cd quase todos as músicas dariam óptimos singles.

É reconfortante chegar a fim de mais uma etapa (ainda há um longo caminho a percorrer) e ter a percepção do quão bom é ser fã desta banda, das alegrias que nos dão, do sentimento de confiança que nos transmitem, da partilha entre fãs e músicos, do companheirismo, da amizade que se cria entre nós fãs, do portugal que conhecemos de lés-a-lés por causa das digressões que corremos atrás da nossa banda favorita.

Não me quero alongar muito. Hoje sinto que é dia de festa, por isso brindemos à banda, a nós e a todos os que fazem dos Gift a melhor banda de Portugal...
Deixo aqui a minha lista de músicas em termos de preferência:

1º - The Singles
2º - RGB
3º - Suit Full of Colours
4º - Made for You
5º - Aquatica
6º - Race is Long
7º - Mermaid Song
8º - Always Better if You Wait for The Sunrise
9º - My Sun
10º - Primavera
11º - Let it be by me

Quero agradecer e dar os parabéns à La Folie pela iniciativa e a todos os que nestes últimos dias têm visitado este agradável espaço.



Made For You por Marcos

Acordo. Hoje é o 11.º dia. O 11.º tema. O último. O último texto. O ritual já está enraizado no quotidiano. (Será difícil desabituar-me.) Consulto a caixa de correio electrónico. “Não tem mensagens novas”, avisa-me. Não? Estranho. Espero. Faço refresh. Nada. Estarão a guardar algum ‘segredo’? (A este instante ainda não sabia que a razão do atraso era mesmo essa.) A expectativa é enorme. E eis que, finalmente, “Made for You” explode. A última peça do puzzle. O espaço que faltava entre a “Let It Be By Me” e a “RGB” fora revelado. O alinhamento está fechado. 11 dias, 11 músicas e este é o 11.º texto desta viagem, diria, aliás, desta epopeia.

Play. A primeira reacção foi contida. Espero. Pareceu-me, ao princípio, que seria uma repetição de “Let It Be By Me”. A palavra correcta é essa mesma – repetição. Porquê? Simplesmente devido à repetição de dois versos. A repetição, também, dos arranjos vocais (já tão citados neste blogue). Mas ao minuto 1:40 há uma explosão, uma reviravolta. É aí, nesse exacto momento, que “Made for You” me conquista e, por isso, abro-lhe a porta de minha casa. Entra, digo-lhe. Ouço os instrumentos de sopro e de um momento para o outro sinto uma lufada de ar fresco. Se estranhei os primeiros segundos do tema, agora o cenário é outro. Sinto-me contagiado pela melodia. Fez-se silêncio. Acabou. É neste momento que reflectimos e pensamos: gostei ou não gostei? Sim, gostei e muito, por sinal. (No entanto, como já referi, o início fez-me encarar este tema com algumas reservas.)

Entretanto, um segredo é revelado...
Fui totalmente surpreendido por esta revelação. Nunca imaginei o que fora revelado. Fiquei estupefacto. Pensei, de imediato: uma ideia genial! E mais ainda: como foi possível conseguirem guardar o segredo durante todo este tempo? Havia um ‘burburinho’ a espalhar-se de forma viral nos E.U.A. e nós, aqui, do outro lado do Oceano Atlântico, sem nos apercebermos de nada. Repito: uma ideia genial! Agradou-me a ideia por detrás do videoclip. Acaba por ser uma ideia simples mas que, contudo, resulta. (Já falei, também, sobre a simplicidade neste mesmo blogue.)
Resumindo: fui surpreendido (e de que maneira)! E felicito os The Gift por esta brilhante ideia. Muitos parabéns!

E pronto! O alinhamento de “Explode” já tem princípio, meio e fim. 11 dias. 11 músicas. 11 textos. No entanto, o mais importante foi esta viagem. 11 fãs, 1 viagem. É isso que nos une: o espírito giftiano. Isto não é o fim. É o princípio. Tenho a certeza que voltaremos a este blogue (não se esqueçam da tal faixa bónus). Obrigado a todos aqueles que me acompanharam nesta viagem e um obrigado muito especial à lafolie por esta incrível iniciativa. Obrigado a todo(a)s!

Até amanhã! ;-)





Made For You por Keep Breathing

“Made for You”… Vou tentar comentar apenas a música e não o álbum, que hoje conhecemos na totalidade. (Mas prometo ouvi-lo várias vezes durante o fim-de-semana para ver se me apaixono – o que já quer dizer muito… – e fazer uma crítica global na próxima semana, no fórum).
Não gosto especialmente do início desta “Made for You”… mas está tudo bem. Gosto da segunda metade da música, quando – surpresa! – a voz da Sónia explode. Gosto muito da voz da Sónia sobre as composições do Nuno. Continuo a gostar. Muito. Mas…

Na verdade, esta música não me tocou como a “Suit Full of Colours” ou a “Always Better if You Wait for The Sunshine”, não me foi conquistando devagarinho como a “My Sun” ou a “The Singles”, não me deixou a cantarolá-la (apesar das reservas) como a “RGB”. Mas também não me deixou incomodada (é essa a palavra certa?) como a “Race is Long” ou a “Let It Be by Me”. Acho que, no fundo, aquilo que sinto por esta música é um bom espelho daquilo que sinto por este álbum: uma paixão intensa em alguns momentos, uma certa desilusão noutros, uma curiosidade infantil em relação a alguns pormenores, uma relativa indiferença perante notas já mais do que ouvidas… no final, uma mistura sentimental contraditória, esquizofrénica até… Acho que esta música (este álbum?)… is not (totally) made for me…







Made For You por Cube

somos um livro aberto no discorrer do ser conjunto

pelas páginas comuns planam pontas de dedos
(curiosos)
nervosos no limite das fronteiras do conhecimento


palavras formam-se no revolver dos imaginários



...pontuação...


...entoação...


...forma...

.
.
.
c
o
n
t
e
ú
d
o
.
.
.
...não bastam no ressoar do amor...





9 de março de 2011

Race is Long por Mariana Oliveira





Race is Long por Jumpman

Gosto da música, faz-me ter vontade de dançar, de dar uns quantos berros enquanto a ouço.
Veio-me à memória, a You Know. A espontaneadade de uma mosh num sitio qualquer, que acabou por se tornar sagrada e um ritual.
O saltar como um puto, uma espécie de liberdade confinada a um curto período de tempo e espaço físico. Sensações boas, "no worries".
Vou gostar de a ouvir nos concertos. Bem rodeado. Vai saber bem.

É isto.



Race is Long por Even_Flow

Número 10

Demorei muito tempo a decidir o que havia de escrever sobre esta música. Não porque tenha algo particularmente difícil de exprimir. É que na verdade não tenho absolutamente nada para dizer. Não gostei particularmente de nada na música. E vice-versa.
Lembrou-me uma série de outras músicas dentro do mesmo universo musical e foi tudo.
É mesmo difícil escrever-se sobre “nada”. Se isto fosse uma das minhas maravilhosas frequências, fazia um esforço para inventar umas quantas coisas bonitas ou elegantes, a dar aquele ar de que percebia imenso do assunto e tinha imensas opiniões.
Mas sobre músicas não consigo fazer o mesmo. Quase que estive para escrever “é engraçadinha”, mas até me arrepiei, porque a música me parece bonita, porque entendo a mensagem, porque até tinha tudo para eu gostar. Se calhar é do pós-carnaval. Ou do pós pôr-do-sol. Um dia tento outra vez!
Como dizia uma canção qualquer, a mim passou-me ao lado.



Race is Long por Geminus

Esta música marcou-me mais pela alegria e pela simbologia que transmitiu. Por tudo o que ao longo destes 10 dias vivemos juntos, que só poderia ser traduzido em felicidade, comunhão. Enfim: sorrisos!
Lembro-me de cada espera desesperante para que mais uma música fosse disponibilizada; o êxtase por fazer o download e os sentimentos ao ouvir os primeiros sons das melodias.
E as últimas notas... As finais, que ditam o silêncio que sucede o fim de cada música… Depois, os sentimentos que começavam a fervilhar em catadupa enquanto escutava música e que explodiam a preencher o vazio que ficava com o seu fim.
Não consigo esquecer a irritação depois da Let it be by me. Foi inevitável começar a resmungar: Mas o que é isto? Mas para quê?! Juro que não entendo! Onde está a VOZ?! (Agora sorrio ao lembrar…)
Vem-me à memória também o The Singles… Toda a confusão de sons, melodias, a letra continuamente a alterar. Alegria, melancolia, alegria, melancolia, alegria! Bom, o Nuno teve um acesso de esquizofrenia?! (E agora sorrio novamente ao conseguir apreciar a beleza de cada tema e ao pensar como daria quase um álbum novo..)
E recordo, sem dúvida, os vários temas que me arrepiaram, me fizeram sentir que valeu a pena a espera. E vocês sabem quais são…
Foi uma longa viagem que fizemos juntos e que partilhámos. Pode parecer o fim, mas a mim cheira-me apenas a início de uma vasta caminhada ainda por percorrer…
Que venha a última




Race is Long por AndréGift

Está quase a terminar esta viagem que de tão fascinante que foi passou tão depressa.
"Race is Long" começa com uma carga de energia e ritmo contagiantes. Gosto das vozes em conjunto mas considero um exagero neste disco. A Sónia tem uma voz linda e assim fica disfarçada, o que acaba por não ser muito agradável, se bem que nesta música nem soa mal...

Quando gosto dos temas não sei muito bem como o descrever...Por isso fico-me por aqui esperando pelo último (ou não) tema deste excelente "Explode". Volto já!



Race is Long por Marcos

Play. Agrada-me. Uma canção típica de “Explode”. O início é característico do mais recente rumo sonoro dos TheGift. “RaceisLong” possui aquilo que, quanto a mim, falta a “LetItBeBy Me”, por exemplo. A repetição existente nesta última não me convence. Mas “RaceisLong” faz jus a “Explode”, e de que maneira! Ouço-a vezes sem conta, inrepeat. Não me canso de ouvir. Play, again. A melodia é viciante.Penso na letra. A que se referirá? Isso, agora, não é o mais importante. Fica-me no ouvido o seguinte verso: “Justwrite a beautymelody.” A melodia deste tema conquista-me. É empolgante. E assim resumo este “RaceIsLong” – “a beautymelody”.

Algo a apontar a este tema? Não querendo ‘bater no ceguinho’, mas prefiro ouvir a voz de Sónia Tavares num registo mais cru (à falta de um outro adjectivo que melhor o descreva). Eu sei que vocês percebem o que quero dizer.

Play, again. O refrão é tão cativante. “RaceisLong” conquistou-me, pronto, ponto final.

Entretanto, já só falta 1 dia, 1 música, 1 texto... Falta preencher aquele ‘espacinho’ entre a “LetItBeBy Me” e a “RGB”. O que será? Já sinto a nostalgia do fim desta viagem tão gratificante que tem sido participar nesta iniciativa.

Até amanhã, amigo(a)s giftiano(a)s!


Race is Long por Cube

Porque é bela a arte? Porque é inútil. Porque é feia a vida? Porque é toda fins e propósito e intenções. Todos os seus caminhos são para ir de um ponto para o outro. Quem nos dera o caminho feito de um lugar donde ninguém parte para um lugar para onde ninguém vai! Quem desse a sua vida a construir uma estrada começada no meio de um campo e indo ter ao meio de um outro; que, prolongada, seria útil, mas que ficou, sublimemente, só o meio de uma estrada.

Fernando Pessoa in Livro do Desassossego




Race is Long por Keep Breathing

Primeiro: devia haver uma lei que proibisse o envio desta “Race is Long” depois da “Always Better…”. Aliás, felizmente que no álbum, a ordem será exactamente ao contrário, porque ouvir esta música hiper-banal depois daquela obra-prima é pouco menos que tortura!
Segundo: ah, se calhar lá estou eu a colocar a fasquia demasiado nos píncaros… Ah, se calhar, depois da “Always Better…”, tudo me iria parecer mau… OK, admito que sim. Mas, ainda assim, esta “Race is Long” é mesmo fraquinha…

Sei que disse ter algumas reservas relativamente a várias músicas deste “Explode”, afirmei que não chegavam ao nível a que os The Gift me tinham habituado... Esqueçam tudo isso! A música de hoje superou – para baixo – todas as minhas críticas! Esta “Race is Long” nem sequer chega a ser indie-pop da moda, nem sequer me faz sorrir… Isto hoje correu mesmo mal… e eu fiquei mais do que frustrada…

Para mim, esta é a pior música do álbum e duvido que a passagem do tempo (e das audições) me venha a fazer mudar de ideias. Até porque conto saltar esta “Race is Long” à frente sempre que o CD chegar a esta faixa – prefiro ouvir a “Always Better…” duas vezes.


Race is Long por SoFree

"The race is long and we're not strong to realize the end is near..."

Esta é mais uma música que, à primeira escuta, me soa muito estranha. Gosto do seu lugar no alinhamento. E gosto, em geral, da sua melodia. Sim, é estranha. Mas vem consolidar bem a sonoridade deste Explode, que é tudo menos homogénea. Dizer agora se a música me diz muito ou pouco parece-me indiferente. Talvez por si só fosse uma música pouco interessante. Mas ainda assim... gosto de a ouvir. Cresce em mim a cada nova escuta, tal como aconteceu com "Let It Be by Me".

Correr de mãos dadas...

Falta uma peça do puzzle. Há imenso tempo que olho para aquele buraco no #2 do alinhamento com imensa curiosidade... Esta "Race is Long" tem um papel importante em evitar uma divisão do álbum em "parte alegre" e "parte introspectiva". Serve também para limpar algum mel que estivesse a escorrer do final da Suit Full of Colours. É uma música livre e despreocupada, positiva também. E é uma despedida também. A música que se lhe segue é já algo especial, como um 2º ou 3º encore (já depois de quase todos se terem ido embora), dedicado apenas aos resistentes. Race Is Long faz as vénias do Explode, despede-se com um sorriso.

Um sorriso a dois.




Race is Long por Crisanto

Não tenho nada para dizer sobre esta musica, ainda…Continuo a apreciar o nascer do sol. Depois da música antes desta não me ficou nada para dizer agora, nada.
Deixo aqui um pequeno texto de uma amiga minha sobre a “Always better if you Wait for the Sunrise”, enjoy.

" o titulo da musica assusta-me. E começo a ouvir os primeiros acordes e rapidamente percebo que esta música me vai revolver as entranhas e tenho medo.
Medo, porque a verdadeira batalha das nossas vidas é a que travamos connosco.
Entro nesta viagem já cansada. Exausta do caminho que ficou para trás.
Só quero chegar a casa.
Esta minha viagem foi longa e tinha um ponto de partida, mas não tinha o de chegada, e eu n sabia.
Não sabia que se podiam ter saudades de coisas desconhecidas. E isto eu não consigo explicar.
É ai que te descubro outra vez. Na verdade, aprendo que podemos descobrir a mesma pessoa várias vezes.
E contigo descubro a minha casa. É aí que descubro o porquê do meu caminho. Tu és a minha casa... e tal como a Sónia canta, arranca-me do peito esta certeza, quero ter-te ao meu lado porque o meu lugar de encontro com a vida.
Mesmo que me queira ir embora de nós, não consigo. Não posso. Morria se o fizesse. O corpo mantinha-se, mas vazio. E isto também n consigo explicar.
Só sei que valeu a pena regressar de um onde desconhecido para chegar ao lugar de onde nunca saí... nós.
Revejo o momento.
Dizer que és a minha pele é pouco. Dizer que percorrer o caminho que percorri, para chegar a este lado, cheia de tudo e sem nada, é nada, comparado com ficar contigo até um nascer do sol qualquer. Segurar-te e abraçar-te.
Os Gift escreveram a bando sonora da minha vida.
Leva-me para casa.
Deixa-me descansar.
Deixa-me respirar-te.
Deixa-me ficar... só ficar... em casa.”
SJ





Race is Long por LaFolie

Hoje perdi-me nos fados.

Hoje perdi-me nos fados. Perdi-me na alma portuguesa. Perdoem-me, mas hoje não era o dia dos The Gift. Hoje os The Gift não entraram comigo na tasca do Chico(proibido a maiores de 18 anos). Hoje foi dia de fado. A música dos The Gift não é a única que me enche a alma o fado é um bom exemplo disso. Perdoem-me hoje estar a falar de fado.
O pior disto tudo é que são 02h45 dia 10 de Março de 2011 e estou a ouvir novamente a Race is Long, que até é uma boa musica. Muito boa até. Perdoem-me. A vida é feita daquilo que nós vivemos. E hoje não vivo Gift.

Há um mundo musical para além dos The Gift. Há uma alma além dos The Gift, e essa alma de que falo está no fado.

A minha alma encontra-se aqui, no meu fado preferido :


8 de março de 2011

Always Better if You Wait for the Sunrise por Geminus

Silêncio. É noite.

Sou sombra recortada no escuro de uma sala.
Sentado num cadeirão antigo de pele gasta e frio. Fumo o fumo de um cigarro há muito aceso e bafejo nuvens que dançam na contraluz da luz cinza do ecrã da televisão a preto e branco. A emissão terminou faz tempo, mas continuo a olhar fixamente.
Do meu lado esquerdo, uma janela abre-se para o exterior de luzes já apagadas, deserto, e que me traz o cheiro de calor húmido. Choveu há pouco. É para lá que olho, agora que a televisão foi desligada.
Inspiro mais uma vez o fumo do cigarro, ainda a fixar a rua. Sinto-me leve e quente.
Há um frufru repentino a meus pés.
Reparo que jazes a meus pés, ainda no mesmo sítio. O teu corpo nu adormecido, apenas coberto pelo manto branco, suave em que te envolvi.
Apago o cigarro.
Enrolo-me sobre mim e continuo a fixar a tua imagem até que me deixo cair no sono.
Sei o que sonhas e sonho contigo.





Always Better if You Wait for the Sunrise por Mariana Oliveira






Always Better if You Wait for the Sunrise por Cube

I wanna hold you once again

Por esta altura já não deve ser novidade que os meus gostos pendem para temas em que o amor é escrutinado e alvo de embrulhos sonoros complexos; e o título deste tema adivinhava uma coisa ligeira. Felizmente, que tal não se comprovou.
Há dias comentava que era extremamente difícil acrescentar algo de substancial a uma coisa que já se raiava o limite da perfeição; por isso hoje, vou-me abster de comentar o que quer seja e convido todos os que ainda não escutaram este tema, que o escutem. E aqueles que já o fizeram, repitam-no vezes sem conta.

Esta música vai-me acompanhar, e muito, nos próximos meses (que me perdoem os vizinhos pelo loop constante).




Always Better if You Wait for the Sunrise por Marcos

“Always Better If You Wait For The Sunrise” é épica. 8 minutos explosivos, do princípio até ao fim.
Sinto-me um viajante, na proa de um barco, à descoberta do Mundo Novo. Sinto a brisa marítima a acariciar-me o rosto. Fecho os olhos, abro os braços e abraço o infinito. Abraço-te! Sinto o peito cheio de emoções. Emociono-me.
“Always Better If You Wait For The Sunrise” arrebatou-me, logo, na primeira audição. Tornei a ouvi-la, repetidas vezes, e as emoções revelaram-se em catadupa. Uma, outra, e outra explosão. Para tal, contribui, e muito, a voz de Sónia Tavares. Ouvimo-la, aqui, no seu explendor. Ouço-a como a conheço, tal como é. A voz!
Após “Suit Full Of Colours”, é neste tema que sinto, realmente, o extase de emoções de “Explode”. As emoções que me preenchem. As emoções que me fazem sentir. E é exactamente isso que me faz ser um giftiano: sentir!
Este é um dos melhores temas de “Explode” e, seguramente, um dos melhores da carreira dos The Gift. É por temas como este que me emociono tanto com os The Gift. Já o disse antes mas repito-o quantas vezes forem necessárias: Obrigado The Gift! Obrigado por me fazerem sentir!
“Stay with me tonight until the sunrise.” Sim, fica comigo.
O alinhamento de “Explode” fecha com chave de ouro. 5 estrelas para “Always Better If You Wait For The Sunrise”!
Resumindo e concluindo: estou completamente apaixonado por este tema. Não há mais nada a dizer. Isso basta.




Always Better if You Wait for the Sunrise por AndréGift

O primeiro aspecto que noto nesta música é que a letra é extensa - "Always better if you wait for the sunrise", mas o que está em causa é a melodia, não o título. Há muitas referências que me soam nesta canção: o ínicio cheira-me a Bjork, há um aspecto mais calmo que me faz lembrar Rodrigo Leão e, espantem-me, até Moonspell (nesta recente digressão acústica), numa parte de piano e guitarra...De uma maneira geral gosto da "Always better if you wait for the sunrise", da diferente força que a voz da Sónia toma ao longo de 8:23 minutos, ao início quase imperceptível, mas que vai crescendo até se afirmar como uma excelente cantora (dúvidas nunca existiram). Não sei bem porquê, mas associo esta música à "So free", desde o primeiro momento que tive contacto com ela...
Não é a melhor deste disco, mas no fim da minha selecção também não fica...
No último dia farei uma lista com as melhores e piores. Até amanhã meus caros.




Always Better if You Wait for the Sunrise por Crisanto

Comecei a ouvir Gift em 2001, foram-me apresentados por uma grande amiga minha que por sinal casa-se para o mês que vem. Nos nossos jantares de universitários de pouco dinheiro, onde a massa com atum era prato habitual, vinyl e film era a banda sonora que passava em loop. A coisa tornou-se tão viciante que passou quase a culto naquele meio de universitários depressivamente felizes. Lembro-me com muita saudade destes tempos.
A ida dos Gift à antiga fábrica de olaria em Aveiro era um verdadeiro acontecimento para nós. Lembro-me bem da caminhada nervosa para o anfiteatro, ficámos bem lá à frente e a sala estava cheia. Não me lembro de grandes pormenores do concerto mas lembro-me bem de dançar que nem um tolo. Naquela altura ainda o Nuno punha música depois dos espectáculos.






O universo de dos Gift foi invadindo o meu espaço, músicas, sons, pessoas….Percorri o caminho com eles e eles percorreram-no comigo. Cada um tem a sua história com eles, cada um devia escrever a sua história em algum sítio para não esquecer como foi.
O tempo é outro, nós somos outros. Somos aquilo que aprendemos durante estes anos. Esta musica é bem o exemplo que não vale a pena olhar para traz. É das coisas mais bonitas que ouvi até hoje…..
Reparem que falo pouco no meu texto da musica propriamente dita. Tenho dificuldade em pôr por palavras a beleza e a genialidade que é “Always Better if you wait for the Sunrise ”.
O maior elogio que posso dar é este:
-Das 2 primeiras pessoas que falei depois de a terem ouvido, a primeira chorou e até agora não conseguiu ouvi-la novamente, a segunda nem conseguiu chegar a meio, colocou no stop.

Eu, confesso, esta tirou-me tudo aquilo que eu tinha.

Always Better if You Wait for the Sunrise por Even_Flow

The same old song

É estranho como é difícil explicar o que não está, o que nos faz falta, de tão sensorial e abstracto que é e de repente, esse algo aparece, tão óbvio, tão claro, tão evidente. Ainda assim tão complicado de espremer em palavras…
Se alguém me pedisse para explicar, afinal, o que é que me faltava neste novo álbum dos Gift, a minha melhor ilustração seria esta música e um “ouves?”.

Segundos antes de carregar no play estava a pensar comigo mesmo que, não obstante haver músicas que me tinham agradado, feito viajar, relaxado e transportado para todo um mundo de experiências sensórias deliciosas, ainda não tinha havido nenhuma música que me tivesse tocado profundamente.
E eis que, qual Alice, a porta que se me abre é, finalmente, aquela que eu mais queria. O meu próprio corpo manifestou-se imediatamente, como que despertado. Foi a primeira vez em todo o álbum que parei o que estava a fazer e me limitei a ouvir a música, a deixar-me invadir, a reencontrar um amor antigo e guardado numa das mil folhas do meu íntimo. A voz da Sónia, em todo o seu expoente, sempre foi para mim hipnotizante, uma espécie de magia sob a qual eu sucumbia, como um íman enfeitiçado. Finalmente senti-a, finalmente cresceu, finalmente explodiu.
Durante toda esta viagem perdi a conta ao número de vezes que ouvi cada uma das músicas, quase até à saturação, até encontrar alguma identificação verdadeira, até se desenhar em mim uma imagem mais detalhada do que o simples conforto da melodia. Esta, ao invés, não a desejo ouvir novamente em breve. Há toda uma digestão interior necessária, uma apropriação.

Não deixa de ser curioso que seja simultaneamente a música mais desesperante e sofrida de todas, a mais repleta de emocionalidade e de dramatização. Curioso, mas não surpreendente. Se eu pensar nos três anteriores álbuns dos Gift, não tenho qualquer dúvida na hora de escolher as três músicas que mais me marcaram: dream with someone else’s dream, front of, cube.
É o momento de me questionar sobre o meu «masoquismo» latente. Será que me identifico mais com o lado lunar, como diria o Rui Veloso? Porquê é que num álbum repleto de cores suaves eu só me sinto completa quando me preenchem as mais pesadas? Talvez seja apenas a necessidade do ying e yang. Ou talvez sejam saudades.

E, paradoxalmente, nem sempre a saudade é triste.




Always Better if You Wait for the Sunrise por Jumpman

Quando comecei a ouvir a música, o seu início prendeu-me logo. Uma sonoridade mais "dark", agrada-me. Música ideal para dias cinzentos de instrospecção. Mas ali a partir dos 3 minutos a música perde-me um pouco. O tom mais negro transfigurou-se e isso deixou-me um pouco de pé atrás. Estava a gostar de para onde a música caminhava e me levava e depois parece que houve ali uma completa inversão de marcha.

O que me veio à cabeça sempre que ouvía o refrão, era a imagem de uma banda qualquer gótica ou heavy metal que decidiu criar uma balada e então surgiu isto, uma sonoridade a parecer épica, com a combinação do piano, da bateria, da guitarra e com uma vocalista com um vestido negro comprido que tem uma performance onde tenta passar a ideia de urgência e "desespero", típica de refrões do género. Atenção, não tenho nada contra esse tipo de sonoridade ou ideia, mas não me agarrou nesta música, não houve o "click". Por mim, a música dividia-se em duas distintas, a parte mais negra e a outra mais "normal".

Não consigo ainda decidir se gosto ou não. Uma parte agarrou-me, outra nem por isso. Vou dar-lhe outra hipótese. Estou com vontade de fazer isso. Não sei porquê.





Always Better if You Wait for the Sunrise por Keep Breathing

Este era um álbum cheio de cores… Que ia romper com o passado… E ser menos épico… E mais umas coisas... E, de repente, parece que não é bem assim. E ainda bem.
Um álbum com esta “Always Better if You Wait for the Sunrise” nunca seria um álbum colorido. E ainda bem. Um álbum com esta música não corta com o passado, pelo contrário, é completamente The Gift. E ainda bem.

Esta música não explode. E ainda bem. Esta música não nos enche de alegria. E ainda bem. Esta música não emana luz. E ainda bem. Esta música não nos faz acreditar no amor, nem na felicidade. E ainda bem. Esta música enche-nos a alma, porque já todos vimos amores partirem, porque já todos fomos as pessoas mais infelizes do mundo, porque já todos nos afundámos na tristeza mais profunda. E ainda bem. Esta música está viva, porque nós estamos vivos.

E este álbum pode viver só por esta música. E ainda bem. Finalmente.



Always Better if You Wait for the Sunrise por LaFolie

A cor do silêncio



“Os factos são sonoros. O que importa são os silêncios por trás deles.”
Clarice Lispector


Hoje só vos vou falar do silêncio. O silêncio que vivi após ter ouvido esta música.
Hoje começo pelo fim.

Ouvi a “Always Better if You Wait for the Sunrise”. Fiz pausa em mim durante pelo menos 10 minutos, fiquei calada, deixei esse silêncio invadir-me. Está tudo no meu silêncio. É nos silêncios que tudo se diz. Esta música fez sair tudo aquilo que eu tenho de triste, de sombrio em mim. Como cada um de vocês, tenho os meus segredos, os meus sofrimentos interiores, a minha cruz. Esses fantasmas que teimam em sair de vez em quando, esses medos que nos perseguem a vida toda, essa dor que não nos larga, essas lutas interiores que temos diariamente com nós próprios. Todos temos essa parte negra em nós, o mais difícil é viver com ela. A única salvação é tentar domina-la, é neste processo que nos construímos e tornamo-nos mais fortes. O ser humano será sempre complexo e incompreensível. Respeito tanto a minha parte negra como a dos outros, escondendo-se ela nos nossos silêncios.
É não ter medo dela.

Tudo isto, tudo o que não consigo dizer saiu com esta música. Estava tudo no meu silêncio. Estava mesmo. Libertei tudo. É no silêncio que está tudo aquilo que importa.

Nota: Se quiserem saber exactamente o que senti sobre a “Always Better if You Wait for the Sunrise” basta ouvir este meu silêncio. Tentem, está tudo lá.



Always Better if You Wait for the Sunrise por SoFree

Ainda estou nos últimos minutos da música, mas já o disse. É a música mais "Film" do "Explode". Apesar da introdução me fazer lembrar da "Concret", o mood desta música é o Film. Uma voz imponente. Um tom de superioridade, mas também de humildade. Uma voz sentida, sentida como não se sentia desde...

The Gift.

Ai, como vou odiar ouvir esta música ao vivo.... quando começar toda a gente a bater palminhas a meio da música porque não conhecem e pensam que já acabou. Odeio isso. E adoro esta música, por isso vou odiar ainda mais que o façam. Fica já aqui o meu rant para os concertos, porque é o que mais quero ouvir. Posso ter um mini-concerto só para mim, só para esta música?

Como este Explode acabou por ser uma caixinha de surpresas. Faltam apenas duas peças para completar o puzzle. Sempre olhei para aquele "2" com imensa curiosidade, e cada vez mais. Agora também o "10" me deixa curioso. Já estava eu convencido que tinha o top 3 deste álbum escolhido. How silly of me. É engraçado que, agora que já me habituei à "Suit Full of Colours", surge esta "Always Better if You Wait for the Sunrise" para me lembrar da diferença entre os The Gift que eu gosto e os The Gift que adoro.

Só quero falar desta música... É isto que quero ouvir esta noite, de olhos fechados, antes de adormecer. Adoro que a música seja feita à base de silêncios. E da poderosíssima voz da Sónia. Quero abraçar como esta música me abraça. E como o tempo passa depressa quando a ouço...
Como eu quero partilhar esta música com toda a gente e, ao mesmo tempo, esconder num lugar que só eu conheça.

E, bolas. Cheira-me que hoje todos gostaram da música. Logo hoje, que a quero só para mim...



7 de março de 2011

Primavera por Crisanto

É Carnaval ninguém leva a mal.

Estou numa posição algo complicada. Ontem por ter estado a trabalhar até bem tarde não consegui entregar o meu texto a tempo e a horas.

Li a opinião de todos, e ouvi já a antepenúltima musica, e provavelmente vou ser influenciado, mas a opinião já estava firmemente formada logo na primeira audição.

Falando sem rodeios nem meia palavras, esta música não vai para o meu ipod. Primeiro lembrança foi o Digital Atmosphere . Parece que entrei na Cápsula Temporal do Dr. Who, uma série de culto que passa à mais de 20 anos em Inglaterra. Série essa que baseia-se no Nonsense, sim isso mesmo, nonsense porque para mim esta música faz tanto sentido como a “my Sun” faria no Digital Atmosphere. A música arrepiou-me mas a sensação não foi agradável. Se calhar o maior mérito que tem é irritar-me. Irritação é um sentimento? Bom, se calhar puxou-me um bocadinho ao sentimento. Alguém andou a tomar alucinogénicos e não fui eu, ou fui? Já não me lembro.

Este álbum realmente tem de tudo, mesmo. Goste-se ou não se goste de Gift nunca poderão ser acusados neste momento de falta de originalidade e vontade de se reinventarem (palavra que persegue músicos em cada novo álbum). Será injusto falar de uma forma tão crua e agressiva sobre uma música que provavelmente deu muito trabalho, noites mal dormidas?

Não sei compor musica, não sei escrever poesia, não sei pintar. Não percebo de pianos, nem de sintetizadores. Tenho uma voz horrível, e nunca fui especialmente hábil a escrever composições na escola. Não vou a museus, leio pouco e os filmes que vejo nenhum deles foi realizado pelo Manoel de Oliveira.

Sem tudo isto sobra-me apenas uma coisa: Honestidade.




Primavera por Mariana Oliveira





Primavera por Jumpman

Entre a "The Singles" e a "Aquatica", existe ali qualquer coisa no alinhamento. Não sei bem o que é. Só sei que não gosto.

Por momentos lembrei-me das sonoridades portuguesas dos anos 80. Das más sonoridades.

Posso-me ficar pelo Inverno?




Primavera por SoFree




Uma das primeiras músicas anunciadas do álbum, o tema em Português "Primavera", chega finalmente aos meus ouvidos. Gosto da sonoridade retro. Tem estado presente em bastantes músicas do Explode – na própria música de abertura, até – e aqui se pronuncia uma vez mais. Faz-me lembrar Rádio Macau. Não que isso seja mau, é uma banda que até considero bastante agradável e injustamente reduzida a um single que fez imenso sucesso mas nem era assim grande coisa.

Ia dizer novamente que gostei imenso da sonoridade retro desta música, vinda do tempo em que se achava que o futuro ia ser uma coisa que não tem nada a ver com o que é hoje. Mas o mais importante daqui é a letra, aquilo que a música transmite...

Apercebo-me hoje de como partilhar estas primeiras reacções às músicas é realmente algo muito mais pessoal do que pareceria à primeira vista. Por esta altura, consigo imaginar quem gostou mais, menos ou nada. E dizer que me consigo rever nesta música, quando tinha uma série de ingredientes para que eu não gostasse, é partilhar algo muito pessoal. Mas ouvir esta música levou-me a imaginar que morava em Alfama, numa daquelas casinhas coloridas com vasos nas janelas. É um cenário pitoresco que muitas vezes não acreditamos ser possível que exista em Lisboa. E esta é uma música pitoresca no seio de todo o ambiente digital retro-futurista que rodeia o seu coração.

A verdade é que algo me desarmou nesta música.





Primavera por Marcos

(Deparei-me, aqui e ali, com a existência de uma certa expectativa relativamente a este tema. O facto de ter sido ‘rotulado’ como ‘a canção cantada em português’ deu azo a alguma especulação, especialmente nas redes sociais, provocada, quiçá, pelo sucesso do hit “Fácil de Entender”. Para ser sincero, isso a mim tanto me aquece como me arrefece, como se costuma dizer. O facto de se chamar “Primavera” ou “Spring” é, quanto a mim, uma questão meramente estética. Não é o ‘rótulo’ que me cria, ou não, expectativa em relação a este, ou qualquer outro, tema.)

Fechado este parêntesis, inicio a minha reflexão sobre “Primavera”...

Permitam-me abrir só mais um parêntesis: (Quem estava à espera que “Primavera” fosse um remake de “Fácil de Entender”, desengane-se!)

Continuando, então.

Primeira reacção: surpresa. A sonoridade de “Primavera” é surpreendente. Por momentos, sinto-me regressar ao “Digital Atmosphere”. Um regresso às origens, aos primórdios. A inocência, a ingenuidade, a pureza do início. Sinto-me em casa.

Segunda reacção: soa-me aos anos 80. Não sei explicá-lo mas, no entanto, sinto-o. Faz-me lembrar, por momentos, Rádio Macau. (Não interpretem isto como uma critica. É apenas uma afirmação sem qualquer juízo de valor associado.) Também não sei explicar porquê. Os magníficos anos 80.

(Deixo de enumerar as reacções. Descrevo-as, apenas.)

O poema é simples. As palavras fazem sentido. Não é preciso complicar. Já ontem o disse e repito: as coisas simples também são bonitas.

Entretanto, o alinhamento do álbum revela-se. As coisas fazem, cada vez mais, sentido. Considero que ouvir canções de modo avulso, torna-se, por vezes, um pouco redutor. Torno a ouvi-las, uma e outra vez, e a cada audição conheço-as cada vez melhor. Deixo-as entrar. Deixo-as entrar em minha casa. “Sejam bem-vindas!” A sucessão dos temas, no álbum, faz todo o sentido. Agora reconheço uma “Aquatica” diferente de ontem, por exemplo. Hoje é mais familiar.

Já só faltam 4 dias, 4 músicas, 4 textos...



Primavera por Even_Flow

Fiquei subitamente dividida entre as saudades do inverno e os desejos do verão.



Primavera por LaFolie

A vida é feita de lutas, e ouvi dizer que luta é alegria.

“A música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela o seu último segredo.”
Oscar Wilde

Isto não se faz a uma pessoa como eu, sensível. Eu não faço mal a ninguém, a sério. Porque é que que os The Gift metem-me nesta posição tão desconfortável. Deve haver qualquer coisa que não percebi nesta música.

Primeira reacção: bem, é melhor não dizer. Por ser tão diferente, aqui tenho mesmo que ouvir melhor. Não é uma música fácil, não é não. Não me perguntem porquê mas no inicio pensei: Sétima Legião. Pedro Oliveira, sai desse corpo ! Música portuguesa dos anos 80 não entra nesta casa!

Os The Gift estão a desafiar-me. Eu sei. Ah, mas não vão ganhar tão facilmente, ah pois não! Esta lá tudo para eu não gostar. Ah se está, e bem presente. Querem que desista logo à primeira? Eu também dou luta!

Queriam que eu não gostasse, não é? Olha, enganaram-se. Gosto!




Primavera por Geminus

Ouço a música uma primeira vez e sabe-me a pouco. Talvez por dois motivos: por ser a música em Português (tinha alguma expectativa, apesar de não sentir necessidade de que houvesse uma música na nossa língua); e pela forma como começa.
Mas, na verdade, confesso que o refrão se me tornou completamente irónico.
Passei as horas seguintes a cantarolar “Hei-de te amar…”
Como se no meio de toda a ambiência a, voz lançasse um feitiço inquebrável que me levasse a, inevitavelmente, a ter de amar a música um dia...





Primavera por Cube

Há alguns anos atrás, a Manuela Azevedo comentava numa entrevista, a um periódico qualquer que agora não me recordo, que os portugueses podiam continuar a ouvir música em inglês, francês ou qualquer outra língua, mas era em português que nós continuávamos a SENTIR.
Hoje escutei, talvez, a primeira música (de uma banda, que quem me conhece, sabe que gosto deles de sobremaneira e que, apesar de não concordar com todas as suas ideias, continuo a escutá-los, a segui-los, a dar-lhes atenção) que me deixou completamente com cara de what the f? E não, se fosse cantada em inglês, também não me parece que mudaria muito a minha expressão facial.
Não consigo pegar-lhe, por muito que queira; até gosto da melodia mas não dá para aguentar o tom Sónia on diazepam (que me fez lembrar a colaboração escabrosa na banda sonora do Rádio Relâmpago) e os teclados que parecem vindos das lojas dos chineses. Não dá.

Ps: já tinha eu preparado um trecho do Rite of Spring e uma foto de uma amendoeira em flor do parque cá do burgo para este tema, quando me deparo com esta primavera. Touché.




Primavera por Keep Breathing

Embora prefira os The Gift cantados em inglês, gosto bastante de ouvir a Sónia cantar em português – confesso que este foi um dos grandes efeitos dos “Amália Hoje”, mais até do que da “Fácil de Entender”. E gosto desta “Primavera”. Gosto muito do ritmo, gosto da forma como a Sónia pronuncia cada sílaba. É bom ouvir esta voz com tanta clareza. Só tenho pena que o refrão não seja mais combativo… Quer dizer, esperava um apogeu mais claro depois de uma ascensão tão bem engendrada. E um apogeu mais provocador seria também mais condicente com o título – digo eu, que na primavera me sinto sempre mais apaixonada…
E também fiquei com pena do final abrupto… É possível ver uma certa ligação entre este fim repentino e o início da “Aquatica”, a música que se segue. Mas, ainda assim, há um corte súbito… E já vos disse que não gosto de mudanças súbitas, não já? Na música, como na vida…

Com esta “Primavera”, podemos, além disso, ouvir sete músicas seguidas, exactamente como vão constar do álbum. Isso, para mim, foi o mais importante: começar na música nº 3 e terminar na nº 9, ouvindo-as encadeadas. E, finalmente, tudo isto começa a fazer algum sentido! O que prova, como eu dizia ontem, que um álbum (um bom álbum) é mesmo um álbum, é um conjunto coerente e não uma série de músicas desgarradas e desconexas. E o que é engraçado é que este conjunto que compõe o “Explode” parece-me ficar muito mais congruente ouvido pela ordem escolhida para o álbum e não tanto ouvido pela ordem que tem sido seleccionada durante estes dias. Porque terão decidido enviar-nos as músicas segundo uma sequência diferente? Agora interrogo-me mais sobre isto do que no início…

E que sentido faz este “Explode”, então? Ah, sobre isso só me vou pronunciar depois de ouvidas as 11 músicas. Mas percebe-se que já que, afinal, não houve uma decisão clara de abafar a voz da Sónia, ao contrário do que as primeiras músicas enviadas indiciavam, não houve uma viragem taxativa para as guitarras e para os sons eléctricos, como tanto se apregoava, não é um álbum tão colorido como pensávamos, continuando a ter as zonas de sombra de que eu tanto gosto… E tudo isto são boas notícias!



Primavera por AndréGift

As expectativas sobre "Primavera" eram altas. Sabia que seria um tema cantado em português e depois do êxito que teve a "Fácil de Entender", a expectativa era grande. Se, neste período, houve músicas em que pensei não estar a ouvir The Gift (por boas razões), desta vez pensei o mesmo, mas por motivos diferentes maus). Desde já digo, e peço desculpa pela franqueza, que a música me soa a algo pimba (apesar de este ser um conceito vasto), não gosto da letra (Sábado à noite, não sou tão só, somente só...!!!!!!), mas talvez por ser em Português. E o som do piano também não me diz nada. O única aspecto que nem desgosto totalmente é o refrão...mas mesmo assim, fico a pensar em cantores/grupos nacionais que é melhor nem destacar... Não gostei desta "Primavera".

Até ao momento é a única que me passa ao lado. Fiquei um pouco desiludido, mas é apenas uma música, e uma em 9 não faz diferença nenhuma. Ainda faltam duas. Venham elas...



6 de março de 2011

Aquatica por Geminus

Há um caminho ondulante e luminoso por onde empurrados pelas correntes somos levados. Com a ajuda da voz que nos transporta levemente e ao de leve nos ajuda.
O caminho é incerto e faz de nós um ser débil. Inconscientemente, deixamo-nos levar aos embates, mas com a esperança que após a capitulação, amorfos, sejamos levados à Arcádia.

Quero.
Houve sargaço e lodo que ocultou o fio de ouro que nos dá a vida, mas com a chuva salgada corrosiva e cristalizante voltou a luz que guia os seres no êxodo e lhes renova a vida. Qual Fénix de mar, que mergulha e me conforta.

Pega no búzio, ouve a minha voz.
A cruzada que me personifica a viagem, que me carregou rumo a esta ilha, de onde não quero sair, mesmo que me mate a folia. O sentimento de querer combater junto a ti é mais forte.
Caminhei sozinho, por vales e rios, transportando uma adaga de sangue e o suor. Suor, que como aquilo que jorra de ti é salgado.

Jubileu.
A Musa, agora entorpecida, carrega sempre um prazer na complacência do transporte, que ergue junto ao som que emite. No som da baleia que percorre ondulante, a par da luz ténue, clara, perfurante, o teu mar…

Vem nadar comigo.
Mescla colorida em cascata que escorre pelas minhas mãos a caminhos de ti, casulo de preocupação. De cuidado.
Coloco em ti o meu padrão de cada vez que te visito, cruzando o caminho que nos cruza.

Abraça-me.




Aquatica por Even_Flow

Cores claras, suaves, esbatidas. Pouco contraste, uma espécie de névoa, de bruma, mas quente. Carrosséis esboçados, como que a flutuar entre o sonho e a memória. Descobertas envolvidas em risos, pés descalços. Perucas, rendas, um mar de confettis, sardas de fantasia. Sorrisos pintalgados, numa mistura de algodão-doce e entusiasmo. Sótãos escuros, arrepios, mãos dadas. Pedaços de relva, pescoços transpirados, risos que explodem tanto que dobram os estômagos e cortam a respiração. Melodias desconexas, representações, planos perdidos em folhas de papel. Antecipação, embrulhos luminosos, laços, sopros intermináveis. Olhares transparentes, toques de cetim, certezas subtis.
Mergulhos no infinito, ondas de inocência.


Aquatica por Mariana Oliveira





Aquatica por LaFolie

Aviso: Aqui há felicidade.

“Adoro as coisas simples.
Elas são o último refúgio de um espírito complexo.”

Óscar Wilde


A pessoa que escreve aqui não acredita na felicidade, nunca acreditou.
Eu sempre acreditei em pequenos momentos de felicidade, momento simples como um bom copo de vinho, uma boa conversa, um bom riso, ou uma boa música. É a junção de todos esses momentos de felicidade, que dão sentido à vida. Temos que agarrá-los, saboreá-los, nunca os deixar escapar, e sobretudo dar valor a esses momentos.
Ontem tive esse momento. Um momento de pura felicidade, daqueles que agarro logo à primeira e que não largo mais por ser tão bom.
Ouvi a Aquatica, e só me apeteceu dizer : é isso, é isso, é tão isso. Vocês nem imaginam até que ponto “é isso”. Estava lá tudo, mesmo tudo para proporcionar-me esse pequeno momento de felicidade.
Sem a menor dúvida, hoje troco os meus 15 minutos de fama por estes 5 minutos de pura felicidade.

PS : Agora já sei que vou comprar o álbum e vai ser a edição completa. Ah pois ! Aqui não se brinca. E já agora, deixem-me lá pintar a cara para ver se ganho o maldito pack. Vou ali e já venho.





Aquatica por Cube

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.


Sophia de Mello Breyner Andresen







Aquatica por Keep Breathing

E ao sétimo dia, a “Aquatica”, embora música calma, em vez de me fazer descansar, levou-me antes a reflectir sobre as críticas que aqui tenho escrito ao longo destes dias.
Num comentário a um post de ontem, afirmei que, quando se tratava dos The Gift, talvez colocasse a fasquia demasiado alta… E que talvez isso fosse injusto… Eles são a minha banda preferida, a única que vi dezenas de vezes, a única de quem tenho todos os álbuns originais (entenda-se, não gravados), a única que me tem acompanhado nos momentos mais importantes da minha vida… Por isso exijo mais deles do que qualquer outra banda? Parece que sim… É injusto? Não sei… Mas a verdade é que espero mais deles do que dos Portishead, dos Arcade Fire, dos Strokes, dos Divine Comedy, dos Depeche Mode, do Antony… A pressão que coloco é grande? É. Mas são os The Gift… Não foi num concerto de outra banda que comecei a namorar com o grande amor da minha vida… Não é o refrão de uma música de outro grupo que está gravado na capa do caderno onde diariamente tomo as notas para a tese de doutoramento… Não foi a ouvir outra banda que fiz viagens de quilómetros para visitar a minha mãe, internada no hospital, durante os piores dias da minha vida… Não foi ao som de um álbum de outro grupo que decidi que sim, que me casava… Eu exijo demais deles porque lhes tenho dado o melhor de mim! É injusto ainda assim? Provavelmente, sim. Até porque eles nem sabem (nem imaginam) o quanto marcam a minha vida (as nossas vidas?). Nem têm que querer saber, claro.

Há uns dias, a Lafolie escreveu que já tinha o álbum na cabeça antes de ele ser lançado… Eu também tinha. Tinha, pelo menos o desejo de que viesse a ser não um álbum bom, não um álbum muito bom, mas um álbum transcendente, sobre-humano… Como haviam sido o “Vinyl”, o “AM-FM”, o “Fácil de Entender”… Eu queria um álbum para a minha vida, não para o meu i-pod!

Veio, então, este “Explode”. E tem vindo devagarinho, dia-a-dia, guiado pela própria banda. E eu a sentir falta da voz da Sónia, da melancolia do AM, da voluptuosidade do FM… A achar que, efectivamente, este não era o álbum sublime que eu desejava (exigia?)…

A “Aquatica”, hoje, fez-me pensar em tudo isto com calma. Gostei bastante da música, mas, mais do que isso, gostei que ela me tivesse aberto uma nova porta para este álbum. É uma música que nos obriga a questionar, que nos obriga a questionarmo-nos. E eu questiono-me, então…

A verdade é que é difícil avaliar um álbum sem o ouvir na totalidade. E eu sou do tempo em que um álbum era um álbum, valia como um todo, com todas as músicas e com as músicas por aquela ordem… Talvez este processo de revelação de uma música por dia não seja o ideal para Velhos do Restelo como eu…

Mas a “Aquatica” – que seguiu a “Suit Full of Colours”, é verdade… – mostrou-me que vale a pena dar uma segunda oportunidade a este álbum, que vale a pena esperar pelo álbum completo para o avaliar. Para saber se corresponde às minhas elevadas expectativas – justas ou injustas, já não interessa. Para saber se é “apenas” um álbum muito bom, ou se é um álbum maior que a vida.



Aquatica por Marcos

Fecho os olhos. Vejo, em primeiro lugar, um riacho. Sinto-me embalar pelas pequenas ondas. Vejo, depois, um oceano. Vejo uma Polaroid. Um filme em stop motion. Uma vez mais, a voz assume o protagonismo. A personagem principal de uma narrativa. Uma canção de embalar.
Começo a conhecer os caminhos de “Explode”. Uns mais esfusiantes. Outros mais introspectivos. É nestes últimos em que a voz de Sónia Tavares se revela tal como é. Há tantos caminhos a trilhar em “Explode”. Uma viagem. A cada audição compreendo, cada vez mais, os seus rumos. E deixo-me levar.
Coloco os headphones, fecho os olhos, carrego play e deixou-me levar... “Aquatica” embala-me. Gosto! É descomplicada. É simples. Porque as coisas bonitas também são simples. E “Aquatica” é simples e bonita.




Aquatica por Jumpman

Uma das melhores músicas do álbum. Fantástica experiência sensorial.

Transportou-me para um salão onde uma banda formal com uma "leading singer" arrebatadora actua para uma plateia de gala, com os seus smokings e vestidos de cerimónia. O ambiente é melódico e os corpos balançam num clima de cumplicidade. Em algumas mesas alguns casais observam, namoram e saboreiam o seu champanhe. Eu sento-me no bar, observo o salão, a linguagem corporal perfeita da banda com os focos de luz perfeitamente alinhados sobre eles e fumo o meu charuto enquanto abano levemente a minha cabeça ao mesmo tempo que sinto as pedras de gelo a abanarem no meu copo de whisky. Um momento de pura felicidade acontece naquele salão.







Aquatica por SoFree

Gosto desta música. Simples, agradável ao ouvido. Transmite-me conforto e segurança, a sensação de que não se está sozinho.

Não sei o que mais dizer. Estamos agora a descobrir um lado intimista do álbum onde a voz da Sónia tem mais espaço para se libertar. É verdade que nem nesta música, nem na de ontem, me senti conduzido pela melodia como na parte da The Singles que já todos conhecemos como "Papercut". Seja como for, gosto de ouvir.





Aquatica por Crisanto

Antes de começar quero dizer que amo. Posso? Ok eu digo, amo. Eu amo. É lugar-comum? QUERO LÁ SABER. Eu amo do mesmo lugar que ontem não gostei.
Amo.
Porquê? Porque posso, porque quero e porque não tenho como não o fazer. Na primeira vez deixou-me com poucas palavras para descrever como “fiquei” depois de a ouvir. Fiquei pregado à cadeira. Alguém perguntou-me o que eu achava, e o primeiro pensamento foi : Eles conseguiram outra vez.
Com esta fui apanhado desprevenido, não estava à espera de uma música assim. Percebi no instante que a acabei de ouvir que tudo aquilo que percorri com os Gift….iria percorrer novamente. Isto são os novos Gift. A bateria não atropela, a guitarra fala, e finalmente oiço a Sónia a deslizar com a voz pela música.
Isto não se consegue só com trabalho ou conhecimento técnico dos instrumentos e sons, esta música consegue-se com inspiração, com muita inspiração. A Sónia não precisa encher os pulmões para arrebatar-nos, a prova chama-se “Aquatica”.

Ontem ouvi tudo aquilo que eu não queria, hoje esqueci tudo o que conhecia, hoje não me lembrei do ontem.Rendo-me, voltaram a conquistar-me. Podem novamente hastear a bandeira naquilo que chamam alma. Ergam-na orgulhosos, o mérito é todo vosso.
Uma música num único suspiro. Uma música que dura um só momento.

PS: Vou ser um bom menino o resto do ano, prometo.


Aquatica por AndréGift

Aquatica: para mim é fácil falar sobre esta música. Depois de a ouvir algumas vezes, noto que faz sentido escutá-la logo seguida da "Suit full of colours", é na mesma linha, um fio que me conduz pela imaginação e introspectividade. É isso que gosto nestas músicas, direi, mais calmas e intimistas. Há tempo para nos apaixonarmos por ela, para chorar, fechar os olhos e sentir a harmonia que a envolve, o poder da voz da Sónia e do piano... Será que o lado mais electrónico deste disco já terminou? Será que este cd também se poderia chamar AM-FM? Estou, de certo modo, a ironizar, pois não sei o que ai vem. Mas cada vez estou mais certo que os The Gift estão no caminho certo.

Não sei se é por estar a ouvir a música à noite e numa fase de uma certa melancolia, mas "Aquatica" é música para os meus ouvidos, para o meu interior. Vou às nuvens e venho. E entretanto adormeço.





5 de março de 2011

Suit Full of Colours por Mariana Oliveira






Suit Full of Colours por Keep Breathing

E adorei… Adorei… Adorei apenas… Obrigada!


Suit Full of Colours por Crisanto

Antes de começar quero dizer que não gosto. Sim não gosto. Posso não gostar não posso? Então eu não gosto.
Porque é que não gosto?
Utilizando uma linguagem de rua : -“ Não bateu pá”.
Parece Gift a ir pelo caminho mais fácil.
Peço desculpa mas não me apetece escrever mais nada. Quando uma música não mexe comigo tenho dificuldade em escrever sobre ela.

PS : Se alguma das próximas músicas chegar perto da grandiosidade da The Singles prometo ser um bom menino para o resto do ano.






Suit Full of Colours por Cube



A canção de hoje está a ser particularmente difícil de lhe pegar; é sempre assim, as coisas mais simples são as mais difíceis, e estar enamorado por este tema desde o primeiro minuto não ajuda (o amor não é suposto ser fácil, certo?). A minha costela de romântico-inveterado-mas-céptico-como-um-raio estremeceu quando ouviu este Suit Full of Colours, pérola de entrega e rendição máxima entre dois seres. E sem dúvida que aqui the less is more, o crescendo eléctrico entra no momento certo e não há um único momento excessivo.

Por alguns momentos lembro-me do que é estar apaixonado por alguém; e sabe bem, deixar-me levar pela voz da Sónia, enquanto me recordo da sensação de falta de ar quando avistamos o nosso amor, pela “pianada” do Nuno, quando me lembro das trocas de afecto, e pelas guitarras, que só daqui a uns tempos se saberá quem as toca, a batida (there´s a drumming noise inside my head that pulls me to the ground) da bateria que me faz bater palminhas nas minhas coxas, sincopadas pelo ritmo. Yeah, i´m that nerd.

Someday, sometime, somewhere







Suit Full of Colours por SoFree

Confesso que fui um pouco influenciado antes de ouvir a música. Nas minhas feeds de RSS, começo por ler a letra. Não me deixam dúvidas sobre do que se irá tratar a música, nem de para quem foi escrita.

"If you’re lost, sometimes we all feel down
Explode your love your feet will never, ever, touch the ground…"

Nas redes sociais, pessoas choram e dizem que é a música mais linda de sempre. Tudo o que eu conheço da música é um poema bonito e sentido, obviamente crio uma expectativa em torno da música... que depois não se concretiza. Muito pelo contrário. Acordei esta manhã, expectante como sempre que tenho um novo download do explode. Seria uma balada? Não.. esta letra pede aquela alegria a que o álbum já me habituou. Ou será que não?

Play.

Primeira reacção? Olha a voz da Sónia! Mas... demora a arrancar... e quando chega ao refrão, soa-me estranho. E soa-me a algo que já ouvi em algum lado. É "bonitinho". Uma música "bonitinha". É só isto? Não. Uma harpa mágica, sons tirados de um filme da Disney despertam a segunda parte da música. Snow Patrol? Isto faz-me lembrar aquela música do gajo deitado no meio da rua, à espera que alguém o vá lá buscar (ou de ser atropelado).

Não é que esta Suit Full of Colours me incomode (até agora só uma música da banda o fez). Mas não me diz nada... Não se pode gostar de tudo. E se for esta for a música que eu menos gosto de todo o álbum, também não será uma coisa má. Tenho a noção que esta música vai ser a favorita de muita gente. Especialmente adolescentes. E será a música favorita até à paixoneta seguinte. A música é "bonita", mas efémera. Mesmo que o som fique a ecoar no ouvido depois de acabar.. é só uma questão de tempo até esquecer.

Para mim, esta música foi pintada em cinzento. E por isso vou correr para o sítio onde encontro o vermelho, verde e azul, toda a alegria que este álbum, mesmo estando agora a meio, já tem para me dar.



Suit Full of Colours por Jumpman

"It's easy to understand, try a different view."

É mesmo isto. Ontem lía o texto da La Folie e não podia concordar mais com ela. A verdade é que por vezes temos aquela noção do que queremos que um álbum seja e do que estamos à espera e quando não sai exactamente como desejamos, parece que falta alguma coisa e o modo "rant" entra em efeito. Foi o que aconteceu ontem. Acho que só faz bem de vez em quando libertarmos um pouco do que vai cá dentro, tendo sempre em conta que não se deve ser muito sisudo em relação às coisas. Há músicas que não entram logo à primeira, é normal. A sensação que uma música transmite é um conjunto de muitos factores e não depende só da própria música.

Confesso que apreciei a ironia cósmica de tudo. Aqui estava eu a ouvir a nova música e a pensar que tinha acabado de levar com o Karma como se tivesse sido um autocarro a passar por mim! Sem dó nem piedade. Mas lá está, sentir a música e sentir uma banda é isto mesmo. É o ser critico de tudo. Por vezes até de mais, alguns podem dizer e com alguma razão. Quem não sente não é filho de boa gente, já diz o ditado.

Quando recebi a Suit Full of Colours, desliguei o complicómetro e ouvi a música pela música. Se gostei? Gostei muito. Sentir a música é deixar também a nossa envolvente contribuir para isso. E ontem, ouvi esta música acompanhado, muito bem acompanhado. E soube muito bem ouvir a voz, que tanto critiquei estar ausente. É uma música simples, ligada a um único sentimento. Amor, puro e simples, daquele que acontece "once in a lifetime".

Fazer críticas a músicas de uma banda que nos diz tanto, por vezes pode ser um exercício um tanto esquizofrénico. Sentir-me-ia pior se sentisse indiferença. Tenho a certeza que daqui a algum tempo voltarei a este blog, vou ler o que escrevi sobre as músicas e continuarei a concordar com umas e com outras nem por isso.

Estamos a meio da viagem, continuo com a mesma vontade de descobrir cada música e perceber o sentimento que me desperta. Venha a próxima.