1 de março de 2011

The Singles por Even_flow

Give me please twelve minutes of everything


Seja qual for a forma de arte que se senta em frente a nós, procurámos sempre a ideia que está por detrás, mesmo que inconscientemente. Pode ser mais específica, uma mensagem, uma linha orientadora, uma descoberta. Pode ser mais abstracta, um coração que bate mais depressa, um sentimento que preenche e nos inunda, toma conta de nós, destrói-nos ou faz-nos renascer. No fundo, uma experiência. Algo que nos liberte um pouco da monotonia dos nossos pensamentos e momentos mundanos e nos dê algo mais.

A música é a tela que expressa esse conceito de forma, talvez, mais visível, mais do que qualquer forma de arte. Há uma identificação quase imediata, aos primeiros segundos a ligação começa a existir. É um processo curioso e complexo de explicar, essa, muitas vezes, magia de um acorde ou nota que nos toca em algo lá dentro, mexe, espicaça. E embora cada pessoa tenha a sua própria viagem e construção, o que está por detrás, aquilo que eu gosto de chamar A ideia, acaba por ser universal. É esse o poder da música, a meu ver, e todo o seu encanto. Essa capacidade de transformar e tocar algo semelhante em milhares de pessoas, em qualquer canto do mundo. Alheia-se de etnias, formas, sabores, climas, é como que uma linguagem mais primordial que a própria verbalização.
Foi-me difícil estabelecer uma ligação com esta música nº 2 (ou 5º, se quiserem ser mais politicamente correctos). Talvez porque, em boa verdade, não me parece sequer possível chamar-lhe uma música, já que essa ideia, essa intenção, não existe como força unificadora. Ou se existe, eu não assim a senti.
Sabem aquela ideia, que será um mito ou não, de que quando morremos vemos a nossa vida a passar em pequenos flashes desconexos? Foi algo semelhante a isso que eu vivi(bom, tirando a morte propriamente dita, obviamente), uma panóplia de mini-ideias aleatoriamente (ou não) organizadas, que pouco pareciam ter a dizer umas às outras. Não deixa de ser um conceito interessante e inovador, musicalmente.
Fazendo uma metáfora culinária, é como que ir a um bar espanhol e encomendar o menu de tapas de degustação do chefe. Há, à partida, uma lógica de selecção, mais ou menos óbvia e há, depois, um conjunto de mini viagens gastronómicas. De umas gosta-se muito, outras até se pensa em transformar num prato principal e em outras pensa-se que foi bom o prato ser tão pequeno. O mesmo se passou aqui: houveram segundos deliciosos, que saboreei devagar e outros em que, impacientemente, esperei pelo próximo.
A grande diferença entre a música e a comida é que a satisfação alimentar é menos emocional ou profunda, por mais complexo que seja o prato em questão.

O meu balanço final é pouco coeso. Não houve tempo nem espaço para criar uma ligação com nenhuma das partes «individuais» e muito menos para com a música em geral. Foi uma experiência sensorial interessante, em todo o caso.
Doze minutos acabaram por ser demais…ou de menos.




9 comentários:

La Folie disse...

Muito, mas mesmo muito interessante o que escreveste. Mais uma vez gostei de te ler.

even_flow disse...

Je suis heureux :) *

even_flow disse...

ou heureuse :p

Mariana disse...

o poder da musica :)

eu tambem gosto muito do que tens escrito! parabens
:)

even_flow disse...

obrigada mariana! :)
estou à espera dos teus desenhos :D

Mariana disse...

oh que caraças...lol hoje só vai um... :P sorry...
a the singles nao vai hoje :x

even_flow disse...

haha. mariana, tu não me deixes o porto ficar mal pá!
não precisas de fazer nada super complexo. acho eu. :)

Marta Dias disse...

Olá pirralha!!!
:D

Beemmmm, com uns textos destes quase que me atreveria a dizer que estás uma mulherzinha!!!

:D :D :D :D :D

Agora a sério, estamos completamente de acordo no disseste no último paragrafo...
Sinceramente gosto até aos 5minutos e tal... o que está daí para a frente poderia fazer parte de uma outra música (que eu não ouviria com muito prazer).

Venha a próxima!

even_flow disse...

haha.
martaaaaaaaaa «3 merci bien.
o que vale é que o pessoal tá sempre em sintonia.
já escrevias era uns textinhos tu pá! :p *